O que é uma úlcera venosa?
Úlceras venosas, também conhecidas como úlceras varicosas ou úlceras de estase, são feridas que aparecem na região da perna ou tornozelo devido à má circulação sanguínea.
Úlceras venosas podem aparecer à medida que as varizes pioram, o sangue tem dificuldade de retornar ao coração, acumula-se nos membros inferiores e, eventualmente, causa o rompimento de algumas veias e a formação de uma ferida aberta.
As úlceras venosas se desenvolvem nas laterais da perna, acima do tornozelo e abaixo da panturrilha, causando sintomas como:
- Feridas que doem e demoram para cicatrizar;
- Inchaço na região da perna ou tornozelo;
- Sensação de peso ou cansaço nas pernas;
- Dor nas pernas que melhoram ao caminhar;
- Câimbras nas pernas;
- Sensação de queimação ou formigamento nas pernas;
- Pele endurecida ao redor da úlcera;
- Coceira nas pernas;
- Escurecimento e espessamento da pele;
- Interior da ferida geralmente avermelhado;
- Pode se apresentar com coloração esverdeada ou amarelada se houver infecção;
- Pode ter uma quantidade de secreção considerável;
- As bordas podem ser delimitadas, com pele descorada e edemaciada;
- Geralmente de cor vermelha, azulada ou roxa, com um aspecto irregular;
- As feridas podem produzir um líquido amarelado ou transparente.
O que é uma úlcera arterial?
As úlceras arteriais, também conhecidas como úlceras isquêmicas, são causadas por uma interrupção da circulação sanguínea, frequentemente associadas à aterosclerose, que é a formação de placas de gordura nas artérias, normalmente provocadas pelo colesterol alto.
Assim, o sangue não consegue chegar aos membros inferiores e, com isso, o oxigênio e os nutrientes não alimentam os tecidos da perna, dando origem às úlceras.
No entanto, outros fatores que podem contribuir para o desenvolvimento das úlceras arteriais são:
- Aterosclerose;
- Hipertensão arterial;
- Diabetes não controlada;
- Obesidade;
- Neuropatia periférica;
- Vasculite;
- Tromboangeíte;
- Anemia falciforme;
- Pioderma gangrenoso
- Talassemia.
As úlceras arteriais são mais comuns nas canelas e extremidades dos dedos dos pés, causando sintomas como:
- Feridas arredondadas, profundas e dolorosas, que não melhoram com o tempo e podem até aumentar de tamanho ou ficar infectadas;
- Dificuldade de colocar o pé no chão para caminhar;
- Dores fortes, principalmente à noite;
- Feridas mais rasas, com bordas normalmente regulares e esbranquiçadas;
- Raramente há sangramento, mas quando tem secreção, costuma ser em formato de pus;
- Forte odor;
- Não há inchaço em torno da ferida;
- A pele ao redor da ferida fica fria;
- As úlceras são muitas vezes secas e aparecem “perfuradas”;
- Dor ao elevar a perna;
- Dor nas pernas que ocorre durante a caminhada e melhora com o repouso;
- Alterações na cor da pele circundante, como palidez, vermelhidão ou tonalidade azulada;
- Inchaço dos tecidos circundantes à úlcera devido ao acúmulo de fluidos;
- Pele firme e sem pelos.
Principais diferenças entre úlcera venosa e úlcera arterial
As úlceras venosas são lesões profundas enquanto as úlceras arteriais são superficiais, mas ambas são causadas por problemas de circulação.
“Pelo sistema circulatório, o coração leva o sangue pelas artérias para todo o corpo e o caminho de retorno é feito pelas veias. As úlceras arteriais são causadas por obstrução nas artérias, diminuindo ou interrompendo o fluxo sanguíneo, e as úlceras venosas acontecem pela deficiência do sangue em retornar ao coração”, explica o enfermeiro da Membracel, Antonio Rangel.
As úlceras venosas são mais comuns nos membros inferiores e correspondem a cerca de 80% das feridas que afetam as pernas e os pés. Já as úlceras arteriais são comuns na região acima da canela e nas extremidades dos dedos dos pés, são feridas de difícil cicatrização e extremamente dolorosas, podendo, inclusive, resultar na amputação do membro.
As úlceras venosas geralmente têm um prognóstico melhor com os cuidados adequados, mas as úlceras arteriais apresentam um risco maior de complicações, incluindo infecção e gangrena, se não forem tratadas rapidamente.
Tratamento de úlceras venosas
A terapia de compressão é o principal tratamento para úlceras venosas porque promove a cicatrização, melhora o fluxo sanguíneo e reduz o inchaço.Além das meias elásticas de média e alta compressão, é indicado utilizar a Bota de Unna, que é uma forma de terapia compressiva não elástica por meio de bandagens não elásticas.
Além disso, os pacientes devem elevar as pernas acima do nível do coração durante o repouso, por pelo menos 30 minutos, 3 a 4 vezes ao dia, para facilitar a drenagem do sangue acumulado nas pernas.
Curativos avançados, como a Membrana Regeneradora Porosa Membracel, são altamente eficazes no tratamento de úlceras de membros inferiores, (sejam arteriais ou venosas), feridas diabéticas ou lesões por pressão. Isso porque a membrana contém poros, que proporcionam um ambiente ideal para a cicatrização, protegendo a pele contra infecções e acelerando a regeneração dos tecidos.
Tratamento das úlceras arteriais
Assim que identificado o problema vascular, é essencial que haja o acompanhamento de um profissional qualificado, como enfermeiro estomaterapeuta, para que o melhor tratamento seja indicado em cada caso.
Em úlceras venosas, para melhorar o retorno do sangue, é importante associar o tratamento tópico da ferida a repouso com as pernas elevadas e bandagem compressiva. Já nos casos de úlceras arteriais o tratamento compressivo é contraindicado.
Utilizar um curativo que ajude a acelerar o processo de cicatrização e reduzir o desconforto, como a Membracel, é essencial para o sucesso do tratamento. A membrana protege as terminações nervosas e proporciona alívio imediato da dor. Além disso, contém poros que proporcionam um ambiente ideal para a cicatrização, reduzindo o tempo e os custos do tratamento.
Prevenção e cuidados contínuos
Para prevenir o desenvolvimento de úlceras vasculares, é recomendado:
- Controlar doenças preexistentes: mantenha sob controle as doenças crônicas, como diabetes, níveis de colesterol, hipertensão arterial e doença arterial periférica;
- Manter um estilo de vida saudável: adotar um estilo de vida saudável inclui uma dieta equilibrada, ingestão de líquidos, prática de exercícios físicos regularmente e a manutenção de um peso corporal adequado;
- Evitar tabagismo e consumo de álcool: o tabagismo e o consumo de álcool podem prejudicar a circulação sanguínea e aumentar o risco de desenvolver úlceras vasculares;
- Cuidar dos pés: é importante inspecionar diariamente os pés em busca de cortes, rachaduras ou alterações na pele e usar calçados confortáveis e adequados ao tamanho dos pés;
- Hidratar a pele: usar creme hidratante para manter as pernas e os pés macios e sem rachaduras, exceto entre os dedos para evitar lesões devido à umidade;
- Manter a pele limpa: a higiene regular ajuda a prevenir o surgimento de feridas e infecções que podem levar ao desenvolvimento de úlceras vasculares;
- Usar meias de compressão: o uso de meias de compressão pode ser indicado para pessoas com varizes ou outras condições que possam prejudicar a circulação sanguínea;
- Consultar um médico: pessoas com fatores de risco para úlceras vasculares, devem consultar regularmente um médico especialista em doenças vasculares para monitorar a saúde vascular e prevenir a recorrência de úlceras.
Agora que você já sabe a diferença entre úlcera venosa e arterial, saiba o que é úlcera varicosa.
Antonio Rangel
Antônio Rangel
Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família |
Graduado em enfermagem pela PUC-PR |
Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR |
Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP |
Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR |
Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR |
Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 |
Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR |
Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba