Você sabia que, entre 2012 e 2023, cerca de 245 mil brasileiros passaram por amputações de membros inferiores – e metade desses casos ocorreu em pacientes com diabetes?
Esses dados alarmantes, divulgados pelo Ministério da Saúde e pela SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular), revelam um cenário preocupante. Por trás desses números, muitas vezes, estão feridas aparentemente pequenas, como úlceras na pele, que evoluem de forma silenciosa e perigosa.
Se você busca entender mais sobre como prevenir e tratar essas lesões para evitar sérias complicações, continue lendo. Este conteúdo pode ser o alerta que você precisava!
O que é uma Úlcera na Pele:
As úlceras são feridas abertas que se desenvolvem na pele devido a fatores como pressão, traumas, má circulação ou doenças subjacentes, como insuficiência venosa e diabetes.
As úlceras podem ser classificadas como feridas agudas e feridas crônicas.
- Feridas agudas: caracterizam-se por serem mais simples e geralmente cicatrizam dentro do período esperado sem complicações;
- Feridas crônicas: apresentam dificuldade para cicatrizar dentro de um período determinado, podendo ser muito dolorosas, causar desconforto e aumentar o risco de complicações.
Se não tratadas adequadamente, essas feridas podem evoluir para infecções, que podem atingir tecidos mais profundos, como músculos, ossos e articulações. Em casos mais sérios, a infecção pode se disseminar para o sangue, gerando uma condição de saúde grave que exige atenção médica imediata.
Entenda mais sobre as diferenças entre feridas agudas e crônicas aqui.
Causas das Úlceras na Pele:
As úlceras na pele podem ser causadas por diversos fatores, como:
- Lesões na pele: cortes, arranhões, queimaduras, mordidas de animais ou lesões causadas por pressão constante em uma área específica do corpo podem evoluir para úlceras;
- Infecções: infecções bacterianas, fúngicas ou virais podem resultar no surgimento de úlceras na pele;
- Doenças crônicas: condições como diabetes, insuficiência venosa crônica, doença arterial periférica e doença de Crohn estão entre os fatores que podem levar à formação de úlceras;
- Má circulação: problemas circulatórios, como varizes, trombose venosa profunda ou insuficiência arterial, comprometem o fluxo sanguíneo para a pele, favorecendo o aparecimento de úlceras;
- Neuropatias: doenças que afetam os nervos, como a neuropatia diabética, reduzem a sensibilidade na pele, aumentando o risco de feridas que podem evoluir para úlceras.
Sintomas e Identificação:
As úlceras são feridas arredondadas ou irregulares, abertas na superfície da pele. A borda externa da ferida pode parecer elevada, espessa ou endurecida. À medida que a úlcera piora, o centro da ferida pode adquirir o aspecto de uma cratera.
Outros sintomas podem variar conforme a causa subjacente, mas os sinais mais comuns, incluem:
- Dor ou desconforto na região afetada;
- Vermelhidão e inchaço ao redor da ferida;
- Sensação de calor na área lesionada;
- Coceira ou sensação de queimação na pele;
- Odor desagradável proveniente da ferida;
- Descoloração, endurecimento ou descamação nos tecidos ao redor da úlcera;
- Inflamação local acompanhada por exsudato (secreção).
Classificação das Úlceras:
As úlceras na pele podem ser classificadas em três principais tipos: venosas, arteriais e neuropáticas.
As úlceras venosas (também conhecidas como úlceras varicosas ou úlceras de estase), são feridas que aparecem na região da perna ou tornozelo devido à má circulação sanguínea nos membros inferiores.
Já as úlceras arteriais (também conhecidas como úlceras isquêmicas), são lesões que surgem nas pernas e extremidades dos dedos dos pés, devido a uma interrupção da circulação sanguínea.
Por outro lado, as úlceras neuropáticas, são feridas comumente localizadas nos pés e se caracterizam pela perda de sensibilidade na área afetada. Além disso, estão associadas à neuropatia periférica, uma condição que danifica os nervos periféricos, muitas vezes relacionada ao diabetes.
Se você quer saber mais sobre a diferença entre úlceras venosas e úlceras arteriais, clique aqui.
Diagnóstico
O diagnóstico de uma úlcera na pele deve ser realizado por um médico especialista, como um dermatologista ou cirurgião vascular. O processo começa com uma avaliação clínica detalhada, analisando as características da lesão, sua localização, profundidade e o histórico médico do paciente, para determinar a causa.
Para um diagnóstico mais preciso, podem ser realizados exames de imagem, como radiografias, tomografias ou ressonâncias magnéticas, que ajudam a identificar a extensão da ferida e possíveis danos nos tecidos subjacentes.
Além disso, pode ser necessário realizar exames complementares, como Doppler Vascular, que avalia o fluxo sanguíneo e identifica problemas de circulação e cultura de secreção, para detectar a presença de infecções bacterianas ou fúngicas na ferida.
Tratamento das Úlceras:
O tratamento depende da causa subjacente da úlcera, mas a abordagem normalmente envolve manter a ferida limpa e protegida, reduzir a pressão sobre a área afetada e promover a cicatrização.
Feridas profundas ou com tecido necrosado exigem limpeza rigorosa e desbridamento, procedimentos realizados por profissionais de saúde capacitados, como médicos ou enfermeiros estomaterapeutas. Para o sucesso do tratamento, é importante utilizar curativos que acelerem a cicatrização da pele e promovam o bem-estar do paciente.
A Membrana Regeneradora Porosa Membracel é muito indicada para o tratamento de feridas que não cicatrizam, como úlceras venosas e feridas do pé diabético.
A membrana age como uma segunda pele, protegendo a ferida de agentes externos e reduzindo o risco de infecção. Além disso, estimula a regeneração celular, permitindo que a pele se reconstrua de maneira mais rápida e eficiente.
Um exemplo real vem de Williams da Rocha, 54 anos, de São Carlos, Santa Catarina:
“Há um ano, conheci a Membracel após uma pesquisa na internet. Eu tinha um ferimento na canela e a pele estava fina e sensível, e estava demorando muito para cicatrizar. Eu estava tratando com curativos alternativos e antibióticos, que não estavam trazendo o resultado esperado. Após usar a Membracel, em apenas duas semanas a ferida estava cicatrizada. Hoje, sempre tenho a membrana em casa pois na prática esportiva sempre acontecem lesões na canela ou tornozelo. Com a Membracel, cicatriza bem mais rápido em comparação a outros curativos. Dessa forma, fico mais tranquilo quando tenho alguma escoriação, sabendo que a cicatrização será rápida.”
Para garantir uma cicatrização completa, é indispensável tratar as condições subjacentes, como diabetes e problemas de circulação, com medidas como repouso com as pernas elevadas e o uso de bandagens compressivas, especialmente no caso de úlceras venosas.
Complicações:
Sem tratamento adequado, as úlceras cutâneas podem progredir para feridas crônicas e resultar em sérias complicações e potencialmente fatais. As principais complicações incluem:
- Celulite: infecção bacteriana que atinge as camadas mais profundas da pele e tecidos moles, causando dor, vermelhidão e inchaço;
- Osteomielite: infecção nos ossos, que pode surgir quando a infecção de uma ferida profunda se espalha para os tecidos ósseos;
- Septicemia: também conhecida como infecção generalizada, ocorre quando bactérias presentes na ferida entram na corrente sanguínea, comprometendo todo o organismo;
- Infecções nas articulações: quando a infecção atinge as articulações próximas à ferida, podendo causar dor intensa e perda de mobilidade.
- Gangrena: morte do tecido devido à insuficiência no fluxo sanguíneo, exigindo muitas vezes amputação para evitar complicações mais graves.
- Cicatrizes deformantes e perda funcional: feridas mal tratadas podem gerar tecidos cicatriciais excessivos, afetando a estética e a funcionalidade da área afetada.
Prevenção de Úlceras:
A prevenção de úlceras cutâneas começa com cuidados diários e atenção redobrada à saúde da pele, especialmente em pessoas com maior risco, como portadores de diabetes, problemas circulatórios ou mobilidade reduzida.
- Mantenha a pele limpa e seca: preste atenção especial às áreas mais propensas à umidade, como entre os dedos dos pés e sob dobras de pele, para evitar infecções e irritações;
- Evite pressão prolongada: movimente-se regularmente caso passe muito tempo sentado ou deitado, para evitar feridas causadas por pressão constante;
- Escolha calçados adequados: utilize sapatos confortáveis, que se ajustem bem e que não causem atrito ou compressão nos pés;
- Mantenha hábitos saudáveis: adote uma dieta equilibrada e pratique exercícios físicos regularmente para melhorar a circulação sanguínea e a saúde da pele;
- Atente-se a sinais iniciais: qualquer alteração na pele, como vermelhidão, bolhas ou rachaduras, deve ser avaliada por um médico o quanto antes para prevenir complicações.
Quer entender mais sobre os diferentes tipos de feridas e como tratá-las? Confira nosso conteúdo completo e descubra informações necessárias para cuidar da sua pele!
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária