Feridas na pele, por definição, é qualquer situação cuja integridade cutânea ou mucosa seja prejudicada, seja por acidentes, traumas, doenças ou cirurgias. As lesões de pele podem ser de fácil cicatrização ou, ainda, exigirem tratamentos mais complexos.
Alguns tipos de feridas resultam no desequilíbrio da saúde, dificultando a locomoção e outras atividades básicas do dia a dia. Além disso, a ruptura da pele deixa o organismo suscetível à ação de microrganismos e outros fatores de risco que podem causar infecções.
No post de hoje vamos ver fatores cruciais para identificação e classificação das lesões de pele, começando pelo tempo de resposta da ferida ao tratamento (agudas e crônicas).
Feridas Agudas
São feridas recentes, que respondem rapidamente ao tratamento e cicatrizam sem complicações.
Exemplos de feridas agudas: lesões decorrentes de acidentes, traumas, cortes, queimaduras e incisões cirúrgicas.
Feridas Crônicas
São feridas que não respondem adequadamente ao tratamento e não cicatrizam no tempo esperado. As complicações recorrentes ao longo do processo de reparação tecidual tornam a cicatrização mais lenta. Geralmente, estão associadas a doenças pré-existentes, como diabetes e insuficiência venosa.
Exemplos de feridas crônicas: lesões por pressão, feridas do pé diabético e úlceras venosas.
Veja abaixo algumas outras classificações de feridas na pele:
- Feridas superficiais: como o nome já diz, ocorrem nas camadas mais superficiais de pele (epiderme e derme);
- Feridas profundas: quando outras estruturas são atingidas, com músculos, tendões, ossos e órgãos;
- Feridas simples: aquelas que respondem bem ao tratamento e cicatrizam rapidamente;
- Complexas: aquelas cuja evolução é lenta, com maior tendência para cronicidade. Podem apresentar processo infeccioso (contaminadas, colonizadas ou infectadas), conter tecidos desvitalizados, exsudação abundante e odor fétido.
Quais são os tipos de feridas na pele
Os tipos de feridas na pele podem ser classificados em três categorias:
- Feridas traumáticas: lesões físicas diretas na pele, causadas por diversos fatores, como acidentes de carro, quedas, cortes com objetos afiados ou queimaduras;
- Feridas ulcerativas: desenvolvem-se devido a uma condição subjacente que afeta a circulação sanguínea, como é o caso das úlceras de pressão ou úlceras venosas;
- Feridas cirúrgicas: são incisões realizadas durante procedimentos médicos.
Principais causas de feridas na pele
1 – Feridas cirúrgicas
Produzidas cirurgicamente por um instrumento cortante (como bisturi). São limpas, tem bordas regulares e são passíveis de reconstrução.
2 – Feridas traumáticas
Aquelas provocadas acidentalmente. Podem ser causadas por diversos agentes, como:
Agentes mecânicos: lacerantes (objetos cortantes, como facas e metais afiados), perfurantes (objetos que causam pequena abertura, mas grande profundidade, como pregos) e contusas (caracterizada por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema).
Agentes químicos: produtos químicos como ácido sulfúrico, iodo, cosméticos, etc.
Agentes Físicos: frio, calor, radiação e outros.
3 – Lesões ulcerativas
Feridas causadas por doenças relacionadas com a má circulação sanguínea, como alterações vasculares e complicações do diabetes.
Avaliação de feridas
A avaliação da ferida na pele é essencial para o diagnóstico correto. É importante que o paciente seja avaliado de forma holística, levando em conta suas condições físicas e características da lesão, como tamanho, forma, profundidade, margens, característica do exsudato (secreção da lesão) e tipos de tecidos presentes na lesão.
O tipo de tecido presente no leito da lesão pode ser considerado um indicativo da fase de cicatrização e evolução do tratamento. Veja abaixo os principais tipos de tecidos encontrados em uma lesão:
Tecido viável: é o tecido formado no processo de cicatrização, que reconstitui a área lesionada. É caracterizado por um tecido vermelho vivo (tecido de granulação) altamente vascularizado.
Tecido de granulação: sinal de boa evolução do processo de cicatrização. Tem como características ser avermelhado, umedecido e firme.
Tecido de epitelização: indica a fase final do processo de cicatrização da pele. Este tecido tem coloração rosada e, geralmente, surge a partir das bordas da lesão e se desenvolve para o centro.
Tecido inviável: é o tecido desvitalizado, relacionado a diferentes níveis de morte tecidual. Geralmente, é composto por necrose ou esfacelo.
Necrose: na maioria dos casos, tem coloração escura (enegrecida). Pode ter consistência mole (necrose úmida) ou dura (necrose seca ou escara).
Esfacelo: tecido necrosado de coloração amarela ou castanha. Geralmente, fica aderido ao leito da lesão ou bordos da ferida.
Hipergranulação: quando ocorre o excesso de tecido de granulação, que se forma ultrapassando os níveis da ferida na pele. Quando essa situação se mantém por muito tempo, pode interferir na migração celular e prejudicar o processo de cicatrização.
Em resumo:
Nesse post, fizemos uma lista dos principais mitos e verdades que rodeiam nossa cabeça quando o assunto é tratamentos de feridas.
Como tratar feridas na pele
Seja uma ferida traumática, ulcerativa ou cirúrgica, o tratamento adequado não só acelera o processo de cicatrização como também previne o surgimento de complicações.
Para o tratamento de feridas traumáticas, recomenda-se limpar a ferida imediatamente após a ocorrência e remover detritos e bactérias com água corrente ou soro fisiológico. Além disso, é necessário manter o ambiente úmido e fazer a troca dos curativos regularmente para proteger a ferida de infecções, fatores essenciais no processo de cicatrização.
Em casos de feridas ulcerativas, é recomendado usar curativos que mantêm a umidade e tratar qualquer infecção subjacente com acompanhamento médico.
Os pacientes com feridas cirúrgicas precisam seguir todas as instruções pós-operatórias fornecidas pelo seu médico, incluindo cuidados com curativos e higiene da ferida.
Confira aqui algumas dicas de como prevenir a deiscência após cirurgia.
Importante!
O tratamento de feridas sempre deve ser orientado e acompanhado por um profissional de saúde, seja ele médico ou enfermeiro estompaterapeuta. Cada organismo reage de uma forma e, portanto, o tratamento deve ser individualizado.
A partir de seus conhecimentos técnicos e vivência da profissão, o profissional de saúde irá considerar a evolução do quadro com base nas características físicas da lesão e estado de saúde do paciente como um todo.
Lesões de pele estão diretamente relacionadas à qualidade de vida do paciente, podendo, inclusive, prejudicar o convívio social e as atividades diárias. Quanto antes o tratamento for iniciado, melhores os resultados. A escolha do tratamento correto também é essencial.
Muitos profissionais já têm indicado a Membrana Regeneradora Porosa Membracel, que é considerada o curativo ideal. Por conter poros, a membrana permite a drenagem do excesso de exsudato (secreção da ferida) e favorece as trocas gasosas. Esses fatores auxiliam na formação do tecido de granulação, acelerando o processo de cicatrização de lesões de pele.
Pode ser aplicada em diversos tipos de feridas na pele, como queimaduras, úlceras, lesões por pressão, escoriações e qualquer outra situação em que haja a perda da derme ou epiderme.
No vídeo abaixo o Enf. Antônio Rangel fala sobre a utilização da Membracel no tratamento de úlceras vasculares, diminuindo instantaneamente a dor e acelerando a cicatrização.
Antonio Rangel
Antônio Rangel
Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família |
Graduado em enfermagem pela PUC-PR |
Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR |
Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP |
Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR |
Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR |
Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 |
Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR |
Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba