Dermatite é uma inflamação na pele que pode causar vermelhidão, coceira, pequenas bolhas e descamação. Em alguns casos, pode haver sensação de ardência e queimação. Pode aparecer em diversas áreas do corpo e surgir em qualquer idade. Em bebês é comum ocorrerem alergias devido ao contato da fralda com a pele.
Dermatites são condições comuns e não contagiosas, mas que, além do desconforto físico, podem também causar desconfortos psicológicos. Entretanto, a combinação de autocuidado com a orientação e tratamento corretos ajuda a controlar essas doenças.
Os principais tipos de dermatites são:
- Dermatite de Contato
- Dermatite Alérgica
- Dermatite Atópica
- Dermatite Seborreica
- Dermatite Hipertiforme
- Dermatite Ocre
Dermatites causam vermelhidão e coceira na pele – Foto: Adobe Stock
O que causa dermatite?
As dermatites podem ser causadas por diversos motivos, como alergias, efeitos colaterais de algum medicamento, fatores genéticos, banhos quentes e agentes externos, como:
- Tecidos sintéticos
- Plantas
- Metais, como níquel (comum em bijuterias e relógios)
- Cosméticos (perfumes, shampoos, condicionadores, cremes hidratantes, etc.)
- Medicamentos de uso tópico (antifúngicos, anestésicos e antibióticos)
- Produtos de limpeza
- Produtos químicos
Produtos de limpeza podem causar dermatites – Foto: Adobe Stock
É importante buscar avaliação médica para que o tipo de dermatite seja diagnosticado corretamente e, então, o melhor tratamento seja indicado. Dermatites não são contagiosas e o tratamento varia de acordo com a causa, podendo ser realizado com remédios ou cremes de uso tópico prescritos pelo dermatologista ou especialista da área.
Veja abaixo cada um dos principais tipos de dermatite e suas características.
Dermatite de Contato
A dermatite de contato, como o próprio nome já diz, é causada por um agente externo (produto ou objeto) que ao entrar em contato com a pele causa irritação ou alergia. Geralmente, os locais atingidos são rosto e mãos.
Os principais sintomas são coceira, vermelhidão, erupção cutânea, inchaço e descamação da pele. Não oferece risco de vida.
Pode ocorrer devido exposição à um agente muito agressivo (como ácido) ou por exposições frequentes a alguns produtos (cosméticos ou produtos de limpeza, por exemplo).
Em alguns casos, a pessoa desenvolve imunidade contra determinada substância. É a chamada dermatite de contato alérgica ou apenas dermatite alérgica. O contato com a substância irritante faz com que surjam bolhas, coceira e vermelhidão no local. Bijuterias e cosméticos são agentes comuns para desencadear esse tipo de dermatite.
Se tratando da dermatite de contato, é importante afastar o agente causador o mais breve possível para evitar o agravamento do quadro.
Dermatite de contato causa coceira e vermelhidão na pele – Foto: Adobe Stock
Dermatite Atópica
Este segundo tipo de dermatite é classificada como doença crônica, a dermatite atópica é caracterizada por lesões vermelhas que coçam, formam crostas e, em alguns casos, descamam. Comum em crianças, alguns quadros podem vir associados de asma ou rinite alérgica.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia cerca de 41% dos brasileiros desconhecem esta doença e que afeta de 7% dos adultos e até 25% das crianças.
As causas desse tipo de dermatite podem envolver fatores genéticos, imunológicos e ambientais. As áreas mais comuns são dobras dos braços, virilha e atrás dos joelhos.
Alguns fatores ambientais podem desencadear ou agravar a doença, como banhos quentes, excesso no uso de sabonetes e roupas de tecidos sintéticos.
Saiba mais sobre Dermatite Atópica aqui.
Dermatite Seborreica
A dermatite seborreica afeta, especialmente, o couro cabeludo e regiões oleosas da pele (laterais do nariz, orelhas, barba, pálpebras e tórax). Causa vermelhidão, manchas e descamação.
As causas desse tipo de dermatite são desconhecidas, porém, sabe-se que seu aparecimento está relacionado a alterações nas glândulas sebáceas e componentes imunológicos. Além disso, agentes microbianos da flora normal da pele também podem ser responsáveis pelo surgimento desse tipo de dermatite.
As manifestações da dermatite seborreica são mais comuns em bebês, nos primeiros meses de vida, e em jovens adultos do sexo masculino.
Calor, umidade e roupas com tecidos que prejudicam a transpiração podem favorecer o surgimento desse tipo de dermatite.
Os principais sintomas são descamação do couro cabeludo e rosto (sobrancelhas, pálpebras, nariz, lábios, atrás das orelhas e tórax), manchas brancas no rosto e couro cabeludo, excesso de oleosidade, vermelhidão e coceira.
Nesse post falamos sobre os tipos de feridas na cabeça e como evitar.
A dermatite seborreica causa descamação do couro cabeludo – Foto: Adobe Stock
Dermatite Hipertiforme
A dermatite hipertiforme é uma doença sem causa definida. Entretanto, percebe-se que o agravamento dos sintomas está associado à intolerância ao glúten (substância presente no trigo, centeio e outros alimentos).
Os sintomas incluem pequenas bolhas que provocam sensação de queimação intensa e coceira. Também podem surgir lesões em várias partes do corpo, especialmente nos cotovelos, joelhos, coxas, nádegas e tronco.
Dermatite Ocre
A dermatite ocre ocorre em regiões do corpo onde há problemas na circulação sanguínea. É caracterizada por manchas escuras na pele (de coloração arroxeada ou marrom) devido ao acúmulo de sangue. Pele ressaca também é uma característica desse tipo de dermatite.
Geralmente, essas manchas surgem nas pernas e são comuns em casos de varizes. O tratamento pode ser feito com repouso, elevação das pernas e meias elásticas.
Tabela comparativa: sintomas dos principais tipos de dermatite
Confira abaixo os sintomas dos principais tipos de dermatite:
Dermatite de Contato | Vermelhidão, coceira, ardência ou queimação, ressecamento e descamação na área exposta ao agente irritante. |
Dermatite Alérgica | Inflamação na pele, coceira intensa, inchaço, vermelhidão e, em casos graves, descamação e bolhas com secreção. |
Dermatite Atópica | Ressecamento da pele, coceira intensa, lesões avermelhadas, descamação e surgimento de placas vermelhas, espessas e escamosas, principalmente em dobras do corpo. |
Dermatite Seborreica | Descamação, oleosidade, coceira e vermelhidão, principalmente no couro cabeludo, sobrancelhas e ao redor do nariz. |
Dermatite Hipertiforme | Erupções cutâneas com bolhas pequenas, coceira intensa e sensação de ardência, geralmente nos cotovelos, joelhos, costas e nádegas. |
Dermatite Ocre | Manchas marrons ou arroxeadas nas pernas e tornozelos, pele endurecida, coceira e sensação de peso nas pernas, associadas à insuficiência venosa. |
Quem tem mais chance de desenvolver dermatite?
Qualquer pessoa pode desenvolver essa inflamação, mas alguns fatores aumentam (e muito!) o risco:
1.Pessoas com histórico familiar de alergias
Se você tem parentes próximos com dermatite atópica, asma ou rinite alérgica, sua pele pode ser naturalmente mais sensível. Isso acontece porque a genética influencia a forma como o organismo reage a agentes irritantes e alergênicos.
Se um dos pais tem dermatite atópica, o risco da criança desenvolver a doença é de 25%. Se ambos têm, esse risco sobe para até 81% – Foto: Adobe Stock
2.Quem trabalha em contato com substâncias irritantes
Certas profissões podem aumentar (e muito!) o risco de dermatite de contato. Isso inclui cabeleireiros, profissionais da saúde, trabalhadores da indústria química e da construção civil.
O contato frequente com substâncias químicas agressivas, como detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, metais (como níquel e cromo), perfumes e solventes, pode desencadear reações na pele.
3.Pessoas com problemas circulatórios
Se você tem varizes ou insuficiência venosa crônica, fique atento! A dermatite ocre é um dos sinais de que a circulação sanguínea está comprometida, causando manchas escuras, coceira e descamação na pele das pernas.
4.Bebês e crianças
A pele dos bebês é mais fina e sensível, tornando-os mais propensos à dermatite atópica. Além disso, o contato com fraldas úmidas e produtos perfumados pode desencadear dermatite de contato.
A dermatite atópica é mais comum na infância, com 60% dos casos surgindo no primeiro ano de vida – Foto: Adobe Stock
5.Pessoas que passam muito tempo ao sol ou tomam banhos muito quentes
A exposição excessiva ao sol sem proteção pode desencadear crises de dermatite seborreica, além de aumentar a sensibilidade da pele em pessoas predispostas à dermatite de contato e herpetiforme.
Já os banhos quentes são um dos maiores vilões para quem sofre com dermatite. A água quente remove a camada protetora da pele, deixando-a mais ressecada e irritada, o que pode piorar quadros de dermatite atópica e dermatite de contato.
6.Quem sofre com o estresse e a ansiedade
O estresse não afeta apenas a mente, ele também pode causar crises de dermatite seborreica e piorar os sintomas de outras inflamações na pele. Isso porque o sistema imunológico fica desregulado, aumentando a produção de substâncias inflamatórias.
7.Pessoas com doenças autoimunes e intolerâncias alimentares
Se você tem doença celíaca, fique atento! A dermatite herpetiforme pode ser um sinal de que seu corpo não tolera o glúten. Além disso, condições autoimunes, como lúpus e psoríase, podem deixar a pele mais vulnerável a inflamações.
8.Exposição a ambientes muito secos ou úmidos
Ambientes muito secos (como locais com ar-condicionado ou aquecimento constante) removem a umidade natural da pele, deixando-a ressecada e mais propensa a rachaduras e inflamações, como a dermatite atópica.
Por outro lado, ambientes muito úmidos favorecem o crescimento de fungos e bactérias, aumentando o risco de infecções secundárias e piorando condições como a dermatite seborreica.
O clima frio e seco pode ressecar a pele, provocando irritação e coceira – Foto: Adobe Stock
Como o médico diagnostica a dermatite?
Como os sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições de pele, o diagnóstico requer uma avaliação detalhada, que pode incluir exames físicos, testes laboratoriais e até biópsias.
O primeiro passo é a consulta médica, onde o dermatologista faz perguntas sobre os sintomas, histórico familiar e possíveis fatores desencadeantes.
Além disso, o médico examina a localização e o aspecto das lesões, observando sinais como vermelhidão, descamação e crostas.
Se houver suspeita de dermatite de contato alérgica, o médico pode solicitar um teste de contato, que ajuda a identificar substâncias que desencadeiam reações na pele.
No caso de dermatite atópica e outras condições alérgicas, pode ser indicado um exame de sangue para medir os níveis de IgE (imunoglobulina E), um anticorpo que costuma estar elevado em pessoas com alergias.
Em situações mais complexas, quando há dúvida entre dermatite e outras doenças de pele, como psoríase ou infecções fúngicas, o médico pode realizar uma biópsia de pele, para uma análise mais detalhada.
Se houver sinais de infecção bacteriana ou fúngica associada à dermatite, o médico pode solicitar exames microbiológicos para identificar o agente causador e definir o tratamento adequado.
Se você tem sintomas persistentes, procure um dermatologista para descobrir a causa e iniciar o tratamento adequado o quanto antes.
A biópsia de pele ajuda a diagnosticar dermatite e outras doenças dermatológicas – Foto: Adobe Stock
Opções de tratamento para cada tipo de dermatite
O tratamento da dermatite depende do tipo e da gravidade da condição. Em geral, ele pode incluir medicamentos tópicos e orais, além de terapias adjuvantes para controlar os sintomas e prevenir crises.
A seguir, veja as opções de tratamento para os principais tipos de dermatite
Dermatite de contato
O tratamento para dermatite de contato é indicado por um dermatologista ou alergista e inclui:
- Evitar a substância que está causando a reação (produtos químicos, metais, cosméticos);
- Usar cremes com corticoides tópicos para reduzir a inflamação (indicados para casos moderados a graves);
- Tomar anti-histamínicos orais para aliviar a coceira intensa;
- Usar hidratantes específicos para restaurar a barreira cutânea;
- Aplicar compressas frias para acalmar a pele irritada.
Importante: Se houver infecção na área afetada, antibióticos tópicos ou orais podem ser necessários.
Dermatite de atópica
O tratamento da dermatite atópica é indicado por um médico dermatologista ou alergista. Seu tratamento pode incluir:
- Hidratantes à base de ureia, para fortalecer a barreira cutânea e reduzir crises;
- Cremes ou pomadas à base de corticosteroides para diminuir a inflamação em surtos moderados ou graves;
- Anti-histamínicos orais para aliviar a coceira, especialmente à noite;
- Inibidores de calcineurina (tacrolimus, pimecrolimus) como alternativa aos corticoides em áreas sensíveis (rosto e dobras da pele);
- Imunossupressores sistêmicos (ciclosporina, metotrexato) para casos graves e resistentes ao tratamento convencional;
- Fototerapia (Terapia com luz UVB de banda estreita) para dermatite atópica severa ou que não responde a outros tratamentos.
A fototerapia é um tratamento eficaz para a dermatite atópica – Foto: Adobe Stock
Dica: Mantenha a pele sempre hidratada e evite banhos muito quentes para ajudar a reduzir as crises.
Dermatite seborreica
O tratamento para dermatite seborreica deve ser orientado por um dermatologista. O tratamento pode envolver:
- Shampoos antifúngicos (cetoconazol, piritionato de zinco, ciclopirox) para reduzir a proliferação de fungos;
- Cremes com corticoides suaves para aliviar inflamações em surtos agudos;
- Cremes ou shampoos com ácido salicílico para remover crostas e reduzir descamação;
- Suplementação de ômega-3 e controle do estresse, pois fatores emocionais podem piorar os sintomas.
É importante destacar que a dermatite seborreica não está relacionada à falta de higiene e não é contagiosa.
Dermatite herpetiforme
O tratamento para dermatite herpetiforme é indicado por um dermatologista ou clínico geral. O tratamento inclui:
- Dieta isenta de glúten, fundamental para evitar novos surtos;
- Dapsona (medicamento imunomodulador) para aliviar os sintomas rapidamente;
- Anti-histamínicos para ajudar a controlar a coceira;
- Corticoides tópicos, em alguns casos, para reduzir inflamações localizadas.
Se não tratada corretamente, a dermatite herpetiforme pode causar complicações gastrointestinais graves.
Dermatite ocre
O tratamento da dermatite ocre pode ser indicado por um dermatologista, cirurgião vascular ou clínico geral. O tratamento pode incluir:
- Escleroterapia para tratar varizes e melhorar a circulação sanguínea;
- Higienização adequada e curativos para prevenir infecções e tratar feridas que podem surgir;
- Luz intensa pulsada para reduzir as manchas escuras na pele causadas pela dermatite;
- Exercícios físicos para estimular a circulação, fortalecer os músculos da panturrilha e auxiliar no controle do peso;
- Uso de meias de compressão melhorar o fluxo sanguíneo e reduzir o inchaço;
- Cremes com corticoides tópicos para reduzir inflamação e coceira;
- Hidratantes ricos em ureia para evitar ressecamento da pele;
- Evitar ficar longos períodos em pé ou sentado para melhorar a circulação e reduzir o risco de piora dos sintomas.
Pessoas com dermatite ocre devem alongar as pernas diariamente por alguns minutos para aliviar os sintomas – Foto: Adobe Stock
Como evitar todos os tipos de dermatites?
Na maioria dos casos, os tratamentos buscam amenizar os sintomas, já que as dermatites causam desconfortos estéticos e funcionais (lesões, coceira e ardência).
O acompanhamento médico é essencial para o diagnóstico correto, identificação do agente causador, controle da doença e prescrição do tratamento.
Os especialistas capacitados para diagnosticar dermatites são: clínico geral, dermatologista, alergista e imunologista.
Quando o quadro de dermatite estiver controlado, é importante fazer uso diário de produtos que fortaleçam a pele, como cremes hidratantes específicos que promovem o alívio da irritação, coceira e vermelhidão.
Cremes hidratantes específicos aliviam a coceira e a vermelhidão – Foto: Adobe Stock
Saiba nesse conteúdo o que é e como prevenir micose de pele.
Como prevenir os principais tipos de dermatite
É possível prevenir os principais tipos de dermatite com atitudes simples no dia a dia, como:
- Fatores comportamentais influenciam diretamente o desenvolvimento de crises de dermatites. Por isso, controle o estresse. Procure levar uma vida tranquila, praticar atividades físicas relaxantes e mantenha uma alimentação saudável.
- Evite banhos quentes ou muito longos. O banho deve ser de no máximo 10 minutos, com água fria ou morna. Além disso, use sabonetes neutros.
- Escolha produtos de limpeza sem perfume e, se possível, use luvas, para evitar o contato direto com substâncias irritantes.
- Hidrate a pele diariamente, de preferência logo após o banho, quando ela ainda está úmida. Isso ajuda a reter a hidratação. Opte por óleos ou cremes sem cheiro.
- No caso de dermatite de contato, é necessário o afastamento do agente causador e proteger a pele com luvas, máscara e, se necessário, roupas de proteção.
- Se tratando de dermatite seborreica, evite fatores que podem agravar o quadro, como calor, transpiração, fricção da pele, excesso de carboidratos e álcool.
- Evite o contato com alérgenos presentes nos ambientes, como poeira, pelos de animais, pólen e fumaça de cigarro.
- Ambientes muito secos ou úmidos também favorecem o surgimento de dermatites. Use umidificadores no tempo seco e evite locais abafados e com excesso de umidade.
- Roupas apertadas ou com tecidos sintéticos podem irritar a pele. Dê preferência a peças de algodão, leves e respiráveis.
O impacto das dermatites na autoestima e bem-estar
A dermatite atópica não afeta apena a pele, mas também impacta a saúde emocional, a autoestima e até o desempenho profissional e acadêmico.
Segundo a AADA (Associação de Apoio à Dermatite Atópica), 39,3% dos alunos com dermatite atópica foram vítimas de bullying e 33,9% dos trabalhadores relataram se sentir discriminados por causa da doença.
Um levantamento da Pfizer Brasil revelou que um terço dos pacientes afirma que suas vidas acadêmicas e profissionais foram prejudicadas devido às limitações causadas pelos sintomas da dermatite.
Estudos apontam que de 33% a 90% dos adultos com dermatite atópica sofrem com insônia e má qualidade de sono, o que afeta diretamente o humor, a concentração e a produtividade.
Além disso, a aparência das lesões, muitas vezes visíveis, pode provocar vergonha, isolamento social e até discriminação. Segundo uma pesquisa do Datafolha, 3 em cada 10 brasileiros acreditam, erroneamente, que a dermatite atópica é contagiosa, o que contribui para o estigma e o sofrimento emocional dos pacientes.
A dermatite atópica pode impactar significativamente a qualidade de vida – Foto: Adobe Stock
Essas experiências podem levar ao desenvolvimento de quadros de ansiedade e depressão. Estima-se que cerca de 20% dos pacientes com dermatite atópica moderada a grave apresentam sintomas depressivos.
Por isso, o cuidado com a saúde emocional deve fazer parte do tratamento. Além do acompanhamento médico, contar com uma rede de apoio é fundamental.
O suporte de familiares, amigos e de uma equipe multidisciplinar, formada por dermatologistas, alergistas, nutricionistas, psicólogos e, quando necessário, psiquiatras, pode fazer toda a diferença na jornada com a doença.
Rotina de cuidados com a pele para quem tem dermatite
Além de aliviar os sintomas como coceira, ressecamento e inflamação, uma rotina de cuidados adequada ajuda a prevenir crises e a proteger a barreira natural da pele.
Confira abaixo os principais passos que não podem faltar no seu dia a dia:
- Opte por sabonetes líquidos ou em barra com pH neutro, sem fragrância ou corantes, pois ajudam a remover impurezas sem agredir ou danificar a barreira cutânea.
- Evite buchas, esponjas e água quente durante o banho, pois esses fatores aumentam o ressecamento e podem irritar a pele.
- Com a pele ainda úmida, aplique um hidratante corporal com ativos como ceramidas, niacinamida ou pantenol, pois ajudam a restaurar a barreira cutânea e são ideais para peles sensíveis ou com dermatite.
- Hidrate também o rosto, utilizando produtos específicos com propriedades calmantes, indicados para peles sensíveis.
- Opte por roupas confortáveis, de algodão, evitando tecidos ásperos, sintéticos ou muito justos, que podem causar atrito e irritar a pele.
- Finalize o cuidado aplicando um protetor solar hidratante, com FPS 30 ou superior, livre de fragrâncias e álcool, nas áreas expostas da pele.
O uso diário de protetor solar é essencial, inclusive para peles sensíveis – Foto: Adobe Stock
Alimentação pode influenciar na dermatite?
Sim, e mais do que você imagina. O consumo de certos alimentos pode desencadear ou agravar os sintomas da dermatite atópica, principalmente em pessoas com algum tipo de alergia ou intolerância alimentar.
Alimentos como leite, glúten, aditivos artificiais, trigo, soja, frutos do mar, ovos, amendoim e carne de porco, estão frequentemente associados ao agravamento das lesões e da coceira.
Por outro lado, incluir alimentos com propriedades anti-inflamatórias na rotina pode ajudar a equilibrar o sistema imunológico, reduzir a inflamação e tornar o corpo mais resistente às crises de dermatite.
No entanto, cada organismo reage de forma diferente, e o que causa uma crise em uma pessoa pode não causar nenhuma reação em outra.
Por isso, manter um diário alimentar é uma ótima estratégia para identificar possíveis gatilhos e entender a relação entre a alimentação e as manifestações na pele.
Quer saber quais alimentos podem piorar ou aliviar os sintomas da dermatite atópica? Clique aqui.
Sinais de que a dermatite precisa de atenção urgente
Procure um dermatologista se notar:
- Vermelhidão intensa, inchaço ou calor na pele, principalmente se acompanhados de dor — pode ser sinal de infecção;
- Feridas que não cicatrizam ou que pioram com o tempo, mesmo com o uso de pomadas ou cremes;
- Presença de pus, secreção amarelada ou mau cheiro nas lesões;
- Coceira tão intensa que interfere no sono ou nas atividades do dia a dia;
- Febre associada às lesões de pele, o que pode indicar uma infecção sistêmica;
- Rachaduras profundas ou sangramento frequente nas áreas afetadas;
- Lesões espalhadas por grandes áreas do corpo ou que surgem de forma repentina e agressiva.
Se algum desses sinais aparecer, busque ajuda médica imediatamente.
Membracel: como a membrana auxilia na recuperação da pele
Alguns tipos de dermatites podem causar lesões na pele. Coçar as erupções cutâneas também pode machucar a pele e causar feridas abertas. Nesses casos, é importantíssimo tomar as medidas corretas para cicatrizar as lesões, evitando contaminações e outras complicações.
A Membrana Regeneradora Porosa tem excelentes indicações para o tratamento de lesões de pele, pois favorece a regeneração celular e alivia o desconforto das lesões.
A Membracel acelera a cicatrização da pele – Foto: Vuelo Pharma
A Membracel é especialmente indicada para o tratamento de dermatite atópica e dermatite de contato quando há feridas abertas, pois:
- Acelera a cicatrização ao criar um ambiente ideal para a regeneração da pele;
- Favorece a troca gasosa e permite a drenagem do excesso de exsudato (secreção da ferida), prevenindo o acúmulo de umidade;
- Reduz o risco de infecção, protegendo a área lesionada contra agentes externos;
- Minimiza a dor e o desconforto, promovendo alívio durante a cicatrização.
A Membracel é amplamente utilizada no tratamento de diferentes tipos de feridas, como:
- Lesões causadas por epidermólise bolhosa
- Queimaduras de segundo grau
- Escoriações
- Lesões por pressão (escaras)
- Úlceras arteriais ou venosas
- Feridas diabéticas
- Feridas cirúrgicas
Veja o depoimento de quem usou a Membracel:
“Em março de 2014, comecei a sentir fortes dores e sensação de peso nas pernas. Como não gosto muito de médico, não me importei e continuei trabalhando. Porém, em menos de 4 meses, as fortes dores me afastaram do trabalho. Ao procurar um especialista, descobri que estava com trombose venosa aguda nas duas pernas.
Dei início ao tratamento e logo descobri que tinha câncer no ovário e no útero. Fiz quimioterapia, histerectomia, radiação e braquiterapia. Depois de muito tratamento e medicação, a trombose acabou e fui curada do câncer.
Depois da radiação, minhas pernas passaram a apresentar ‘dermatite ocre’, ocasionada pela insuficiência venosa. Por conta disso, surgiram lesões de difícil cicatrização na altura da canela. Foi, então, que soube da Membracel. As membranas foram um sucesso, Graças a Deus! Minha médica, que não conhecia a membrana, ficou encantada com o resultado.
Desde então, faço uso de meias elásticas e repouso, para evitar o surgimento de novas feridas. Mas quando as lesões começam a surgir, basta dar início ao tratamento com a Membracel que, em poucos dias, a pele já está cicatrizada.”
Roberta J. Alves, de Barra do Piraí (RJ).
Dica de ouro
O Spray de Barreira forma uma película de silicone que protege a pele por até 72 horas. Evita dermatites e outras alergias de contato.
O Spray de Barreira evita dermatites – Foto: Vuelo Pharma
Agora que você já sabe tudo sobre dermatites, que tal ler sobre dermatose? 😉
Antonio Rangel
Antônio Rangel
Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família |
Graduado em enfermagem pela PUC-PR |
Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR |
Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP |
Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR |
Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR |
Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 |
Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR |
Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba