O processo de cicatrização possui três fases: inflamação, proliferação e remodelação. A proliferação é dividida em três subfases: reepitelização, fibroplasia e a angiogênese.
O que é Reepitelização:
A reepitelização é um processo fundamental na cicatrização de feridas, sendo responsável pela regeneração da pele.
Além disso, é um processo que envolve a migração, proliferação e diferenciação das células epiteliais para restaurar a integridade da pele após uma lesão.
Sem uma reepitelização adequada, as lesões podem permanecer abertas e suscetíveis a infecções, além de comprometidas na sua função de barreira.
Por isso é importante promover um ambiente que favoreça este processo, para uma recuperação e cicatrização rápida e eficaz.
Fases da Reepitelização:
O processo de reepitelização ocorre em três fases:
- Hemostasia e Inflamação (1-3 dias): após a lesão, ocorre a coagulação do sangue para estancar a hemorragia, seguida por uma resposta inflamatória que prepara o local para o reparo;
- Proliferação e Migração Celular (3-10 dias): células epiteliais, principalmente queratinócitos, proliferam e migram das bordas da ferida em direção ao centro, até cobrirem completamente a área lesionada;
- Diferenciação e Maturação Celular (10-21 dias): as células epiteliais se diferenciam da nova pele e adquirem características semelhantes à pele normal, fortalecendo a barreira cutânea.
Indicações e Aplicações:
A reepitelização é um processo natural que ocorre em diversas situações, mas pode ser estimulado em casos específicos:
- Feridas agudas: cortes, abrasões, lacerações e outras lesões superficiais desencadeiam a reepitelização natural para promover a cicatrização;
- Queimaduras: quando a pele é severamente danificada, como é o caso de queimaduras de segundo e terceiro grau, a reepitelização é essencial para a reconstrução da pele;
- Úlceras venosas e arteriais: são feridas crônicas de difícil cicatrização, portanto, a reepitelização assistida pode ser necessária para acelerar o processo.
Tratamentos para Reepitelização:
Os tratamentos que podem acelerar a cicatrização e melhorar a qualidade da reepitelização incluem:
- Curativos à base de hidrogel e alginatos, para criar um ambiente úmido e favorável para a migração de queratinócitos;
- Membranas regeneradoras como a Membracel fornecem uma estrutura de suporte para o crescimento das células epiteliais, além de liberar fatores de crescimento que estimulam a reepitelização;
- Cremes e pomadas com substâncias como aloe vera, vitamina E e zinco podem auxiliar na hidratação da pele e proliferação celular.
Uso de Membracel Membrana Regeneradora Porosa:
A Membracel é muito utilizada para acelerar a cicatrização da pele, pois mantém a umidade natural da região e, portanto, promove o ambiente ideal para o desenvolvimento do tecido de granulação.
Os poros da membrana facilitam as trocas gasosas, fator que estimula a formação do epitélio (tecido da pele). Em muitos casos, uma única membrana é necessária para a cicatrização total da lesão, o que, consequentemente, diminui o tempo e os custos de tratamento.
Segundo um estudo realizado pela Associação Catarinense de Medicina (ACM), pacientes com queimaduras de segundo grau tratados com Membracel apresentaram uma reepitelização significativamente mais rápida comparada a curativos tradicionais.
Fatores que Afetam a Reepitelização:
A reepitelização, embora seja um processo natural do organismo, pode ser influenciada por diversos fatores, tanto internos quanto externos, que podem acelerar ou prejudicar a cicatrização:
Fatores Internos:
- Idade: a capacidade de reepitelização diminui com o envelhecimento, devido à redução da produção de colágeno, aumentando o risco de skin tears (lesão por fricção);
- Doenças crônicas: diabetes, doenças vasculares e outras condições podem prejudicar a reepitelização;
- Estado nutricional: uma dieta rica em proteínas, vitaminas e minerais, é essencial para fornecer os nutrientes necessários à reepitelização;
- Uso de medicamentos: corticoides e outros medicamentos podem suprimir a resposta inflamatória e a proliferação celular, afetando negativamente a reepitelização;
- Fatores genéticos: a genética pode influenciar a capacidade de cicatrização, tornando algumas pessoas mais propensas a complicações.
Fatores Externos:
- Gravidade da ferida: feridas profundas, extensas ou com tecido necrosado podem ter um processo de reepitelização mais lento;
- Infecção: a presença de microrganismos na ferida impede a proliferação celular e aumenta o risco de complicações;
- Pressão local: a pressão excessiva sobre a ferida pode dificultar o fluxo sanguíneo, retardando a reepitelização;
- Umidade: um ambiente muito seco ou muito úmido pode prejudicar a reepitelização;
- Tabagismo: o cigarro interfere na circulação sanguínea e na oxigenação dos tecidos, retardando a cicatrização;
- Exposição solar: a radiação UV pode danificar as células epiteliais e prejudicar a reepitelização.
Contudo, existem maneiras de otimizar a reepitelização e evitar complicações:
- Procure um profissional de saúde para avaliar a ferida, identificar possíveis fatores de risco e indicar o tratamento mais adequado;
- Manter a ferida limpa e realizar curativos regularmente é essencial para boa recuperação e cicatrização;
- Monitore a cicatrização diariamente e fique atento aos sinais de infecção, como vermelhidão, dor, inchaço, mau cheiro, pus ou febre alta;
- Use protetor solar com fator de proteção alto e evite a exposição direta ao sol durante a cicatrização;
- Manter uma dieta balanceada, praticar regularmente exercícios físicos, controlar o estresse e evitar o tabagismo também contribuem para uma cicatrização mais satisfatória.
Agora que você já sabe como funciona o processo de reepitelização, conheça 6 alimentos que ajudam na cicatrização.
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária