Você sabia que os ferimentos causados pelas águas-vivas e caravelas ao entrarem em contato com a pele não são queimaduras, mas sim intoxicações provocadas pelos tentáculos defensivos dos animais?
O que é uma Queimadura de Água-Viva?
As águas-vivas são um grupo de animais marinhos encontrados em quase todos os oceanos. Esses pequenos seres vivos armazenam veneno em seus tentáculos e podem causar danos sérios quando em contato com a pele humana, causando lesões e queimaduras.
Os principais tipos de águas-vivas que podem ser encontradas no Brasil e causar queimaduras são:
- Água-viva-cabeluda: também chamada de água-viva-juba-de-leão, sua picada causar queimação e formação de bolhas na pele, além de dificuldades respiratórias e câimbras musculares;
- Caravela-portuguesa: pode causar sintomas como dores abdominais e no peito, pulsação alterada, tremores, desmaio (choque), dores de cabeça, dores musculares e espasmos;
- Urtiga do mar do Atlântico: os efeitos mais comuns são leves erupções cutâneas, câimbras musculares e dificuldades respiratórias;
- Cubomedusa: caracterizado por seu corpo em forma de caixa ou “sino”, o contato com seus ferrões pode causar dores abdominais, falta de ar, alterações no pulso, dor no peito, desmaio (choque), dores de cabeça e câimbras musculares.
Segundo o Ministério da Saúde, as águas-vivas que mais causam envenenamentos no litoral brasileiro são a caravela Physalia physalis, a hidromedusas Olindias sambaquiensis, a cifomedusa Chrysaora lactea.
Sintomas de Queimadura de Água-Viva
Os sintomas mais comuns após lesões provocadas por águas-vivas são dores intensas, vermelhidão, inchaço e sensação de queimação.
A maioria das queimaduras por água-viva são leves e podem ser tratadas em casa. No entanto, é importante procurar atendimento médico imediatamente ao apresentar os seguintes sintomas:
- Dores intensas e persistentes;
- Inchaço;
- Dificuldade para respirar;
- Náuseas e vômitos;
- Tonturas ou desmaios;
- Febre;
- Sinais de infecção como pus ou aumento de vermelhidão.
A lesão provocada pelo contato com a água-viva, é na verdade, uma erupção cutânea pruriginosa e dolorosa que pode se transformar em bolhas. (Foto: Adobe Stock)
Primeiros Socorros para Queimadura de Água-Viva
Ao se deparar com uma queimadura por água-viva, siga essas orientações de primeiros socorros:
- Sair do mar: se o contato com a água-viva ocorreu na praia, o primeiro passo é sair do mar imediatamente;
- Lavar o local com água do mar: é importante lavar a lesão com água do mar para remover os tentáculos e aliviar a dor causada pelas toxinas;
- Retirar os tentáculos: utilizando um objeto como cartão de crédito ou palito de sorvete para remover os tentáculos que ainda estão grudados;
- Compressas de água gelada: podem ser aplicadas compressas geladas (água do mar) na região para aliviar a dor e o desconforto;
- Atendimento médico: vencidas essas etapas, é recomendado procurar um atendimento médico para prevenir reações alérgicas e possíveis envenenamentos pela quantidade de toxinas absorvidas pela pele.
Evite cometer esses erros ao lidar com uma queimadura por água-viva:
- Evite esfregar a região afetada: pois isso pode romper as estruturas que liberam o veneno e possibilita infecções;
- Evite colocar gelo diretamente na pele: o contato direto do gelo com a pele pode causar queimaduras;
- Não lavar o ferimento com água doce: o contato com a água doce, água natural, urina, sabonete ou álcool, pode estimular o veneno e piorar os sintomas;
- Não use vinagre: o vinagre não é recomendado para o tratamento de queimaduras por água-viva, pois pode aumentar a dor e o inchaço.
Tratamento para Queimadura de Água-Viva
Nos primeiros dias após a queimadura por água-viva, a aplicação das compressas geladas pode ajudar a aliviar a dor e a inflamação.
Se a queimadura for friccionada, ela pode criar bolhas e isso pode fazer com que a queimadura fique ainda pior e demore mais para cicatrizar.
Para casos mais graves, em que a queimadura evolui para uma lesão aberta (como após o rompimento das bolhas, por exemplo), a Membrana Regeneradora Porosa Membracel é muito indicada, pois acelera a cicatrização da pele e alivia a dor em poucos minutos.
Membracel, curativo para queimaduras. (Foto: Vuelo Pharma)
Quando aplicada na pele, a membrana promove diversos benefícios:
- Alívio imediato da dor;
- Rápida regeneração da pele, acelerando a cicatrização;
- Permite trocas gasosas e drenagem do exsudato;
- Não deixa resíduos;
- Não causa alergia em contato com a pele;
- Mantém a área da lesão úmida;
- Possibilita a visualização da lesão e o controle da evolução do processo cicatricial.
Contudo, é importante procurar um médico dermatologista para recomendar o melhor tratamento.
Nesse conteúdo saiba como identificar o grau de uma queimadura.
Prevenção de Queimaduras de Água-Viva
- Evite áreas onde há presença de águas-vivas e caravelas;
- Pergunte ao guarda-vidas sobre as condições da água e se há presença desses animais no local;
- Quando avistar uma bandeira lilás no posto do guarda-vidas, saiba que há presença de águas-vivas e caravelas no local;
- Saia da água imediatamente ao avistar águas-vivas;
- Ao avistar esses animais na areia da praia, não toque, mesmo que estejam mortos;
- Ao caminhar na praia, procure utilizar calçado para evitar pisar em tentáculos de águas-vivas e caravelas;
- Ao praticar mergulho, considere utilizar roupa de mergulho que cubra maior parte do corpo.
Complicações Potenciais
As reações colaterais após um envenenamento por água-viva podem causar reações alérgicas, levando à insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória, edema de glote e até mesmo choque linfático.
Portanto, sempre que perceber agravamento dos sintomas e reações, procure atendimento médico imediatamente.
Agora que você já sabe tudo sobre queimaduras por água-viva, saiba como tratar queimaduras.
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária
