O que são escaras?
As escaras (também conhecidas como lesões por pressão ou úlceras de pressão) são feridas que aparecem na pele de pessoas que permanecem muito tempo na mesma posição, geralmente acamadas ou com mobilidade reduzida. Essas lesões ocorrem devido à pressão constante em pontos com proeminências ósseas que ficam em contato com a superfície, como, por exemplo, a cama ou a cadeira de rodas. A ferida pode ser superficial (atingindo apenas a epiderme) ou profunda, chegando a comprometer músculos, tendões, ossos e até órgãos.
A principal causa desse tipo de lesão é a falta de movimentação, já que a pressão constante no mesmo ponto diminui consideravelmente a circulação sanguínea do paciente acamado. Os locais mais comprometidos são:
- Região sacral (acima do cóccix);
- Trocânteres (parte superior e lateral do fêmur);
- Maléolos (osso lateral dos pés);
- Calcanhares (devido ao constante contato com a cama).
Quais os sinais de escara?
As escaras inicialmente começam com uma vermelhidão na pele ou nas articulações, podendo evoluir para uma bolha e depois na formação de uma crosta arroxeada, com presença de nódulo.
Se a lesão não for identificada precocemente, a pele afetada pode apresentar mudanças em sua textura, tornando-se mais grossa ou áspera e até mesmo mais quente ao toque comparado ao redor da pele.
Além disso, a sensibilidade da pele pode ser comprometida, levando a uma perda de sensibilidade na área afetada pela escara, o que contribui para a formação da ferida.
Conforme a ferida vai aumentando, um odor desagradável na região da área afetada vai surgindo, devido a presença de tecido morto e a proliferação bacteriana.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da escara é feito pelo médico ou enfermeiro com base na avaliação da aparência da pele e dos sinais de infecção, para determinar o estágio da escara e recomendar o tratamento mais adequado.
Fatores de risco das escaras
Saiba como a falta de movimentação pode causar úlcera por pressão.
Como evitar escaras?
1 – Mude a posição do paciente na cama, movimentando-o sequencialmente a cada 3 horas;
2 – Hidrate a pele frequentemente;
3 – Avalie diariamente a pele das regiões mais suscetíveis às lesões;
4 – Para mudar a posição, nunca arraste o paciente sobre a cama;
5 – Procure orientação profissional sobre tecnologias terapêuticas que diminuem a cronicidade de lesões.
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Estágios da Úlcera por Pressão
As lesões por pressão são classificadas de acordo com a gravidade, podendo ser:
- Estágio I: acomete as camadas superficiais, mantendo a pele íntegra. Na região afetada surge uma mancha avermelhada. Se a pressão for aliviada, a macha costuma desaparecer. Pode haver alteração na sensibilidade, temperatura ou consistência (enrijecimento).
- Estágio II: perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como lesão de pele superficial com o leito de coloração vermelho ou rosa, úmido e sem esfacelo. Pode se apresentar, também, como uma bolha intacta (preenchida com exsudato de coloração clara) ou rompida.
- Estágio III: perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea é visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar presente. A profundidade do dano do tecido varia conforme a localização anatômica, ou seja, áreas com adiposidade significativa podem desenvolver lesões mais profundas. Pode incluir descolamentos e túneis.
- Estágio IV: perda total de tecido com exposição óssea, de músculo, tendão, ligamento ou cartilagem. Esfacelo, epíbole (lesão com bordas enroladas), descolamento ou túneis são comuns nesses casos.
- Lesão por pressão que não pode ser classificada: lesão com perda total de tecido, cuja base está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho).
- Suspeita de lesão tissular profunda: área localizada de pele intacta de coloração púrpura ou castanha ou bolha sanguinolenta devido a dano no tecido mole, decorrente de pressão ou cisalhamento.
Como tratar úlcera por pressão?
Para o tratamento da lesão por pressão, antes de tudo, é preciso que seja feita a avaliação do comprometimento tecidual da região afetada. Feridas profundas e com necrose (tecido morto) necessitam de limpeza rigorosa, realizada por médico ou enfermeiro estomaterapeuta. Para o sucesso do tratamento, é importante seguir as orientações abaixo para a aplicação do curativo pronto Membracel.
A Membrana Regeneradora Porosa Membracel é muito indicada para o tratamento de lesões por pressão, pois protege a região lesionada e favorece a formação do tecido de granulação, etapa essencial do processo de cicatrização.
Além de não precisar de trocas constantes, a membrana regeneradora porosa protege as terminações nervosas, diminuindo instantaneamente a dor. O conjunto dessas ações promove mais qualidade de vida ao paciente, o que auxilia diretamente no sucesso do tratamento.
Nesse conteúdo explicamos como prevenir lesão por pressão.
Como fazer curativos em feridas abertas?
Limpar corretamente a lesão e sua região periférica é essencial para o sucesso do tratamento.
Lave a lesão com soro fisiológico em jatos, limpando também a pele ao redor da ferida. É importante que o soro fisiológico esteja em temperatura ambiente ou levemente aquecido. Isso ajuda no processo de cicatrização.
Dica: você pode substituir o soro fisiológico por uma solução específica para a limpeza de feridas com PHMB, como Prontosan ou Aquasept.
Após realizar a limpeza cautelosa da lesão, siga as orientações abaixo para aplicação do curativo Membracel:
1 – Posicione a membrana sobre a ferida, cuidando para que ultrapasse 1 cm os bordos da lesão. Se a lesão for muito extensa, utilize mais de uma membrana, sobrepondo a anterior.
2 – Umedeça a membrana com a solução para limpeza acomodando-a com o auxílio de uma gaze. É muito importante que a membrana fique em contato com todo o leito da ferida.
3 – Por cima da membrana, posicione uma gaze limpa para drenagem do exsudato (secreção) e, se necessário, enfaixe a região.
Membracel como tratamento
A Membracel vem sendo usada no tratamento de lesões por pressão com excelentes resultados, especialmente nos estágios I, II e III.
Além de proteger e diminuir a exposição da região lesionada, a membrana favorece a formação do tecido de granulação (etapa do processo de cicatrização). Os poros da membrana permitem a passagem do excesso de exsudato, que é transferido para a gaze, mantendo o leito da lesão na umidade ideal.
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Importante!
- O curativo de gaze deve ser trocado diariamente ou sempre que estiver saturado (úmido). Para isso, retire a gaze e limpe a ferida (conforme indicado anteriormente) sem retirar a Membracel. Pressione levemente a membrana com uma bonequinha de gaze para retirar o excesso de exsudato que possa estar embaixo da membrana. Após a limpeza, aplique um novo curativo de gaze.
- O tempo de permanência da membrana na lesão aumenta conforme a evolução do tratamento, podendo chegar a 12 dias, caso não exista sinais de infecção ou mau cheiro.
- Em lesões localizadas na região sacra (próximo ao cóccix) é preciso tomar cuidado para não contaminar o curativo. Caso fezes ou urina entrem em contato com o curativo, descarte a membrana, faça a limpeza rigorosa da ferida e aplique uma nova membrana.
- A Membracel precisa estar em contato permanente com o leito da lesão. Ou seja, em lesões profundas, pode ser necessário preencher a cavidade da lesão com gaze, garantindo a aplicação correta.
Saiba mais sobre o tratamento de úlceras utilizando a Membracel.
Antonio Rangel
Antônio Rangel
Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família |
Graduado em enfermagem pela PUC-PR |
Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR |
Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP |
Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR |
Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR |
Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 |
Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR |
Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba