A queimadura de frio é um tipo de lesão que pode ocorrer quando a pele é exposta a temperaturas muito baixas, frequentemente abaixo de zero.
O congelamento ocorre quando o tecido da pele está esfriando devido a constrição dos vasos sanguíneos e ao suprimento inadequado de sangue resultante para a área atingida.
As extremidades do corpo, como dedos, mãos, pés, nariz e orelhas são mais propensos a serem afetados pelo congelamento.
Sintomas da Queimadura de Frio
Os sintomas da queimadura de frio podem ser diferentes conforme a gravidade da lesão e podem ser classificados em três estágios:
- Estágio 1: é o estágio inicial do congelamento, a pele pode parecer pálida ou avermelhada e pode provocar uma sensação de frio seguida de formigamento, dormência ou coceira;
- Estágio 2: a pele pode parecer branca e endurecida com tonalidade azulada, provocando a sensação de formigamento ou dormência e bolhas podem se formar na pele;
- Estágio 3: esse é o estágio mais grave, onde todos os tecidos, incluindo músculos e ossos, são afetados. Além da sensibilidade, a pele pode ficar preta e endurecida à medida que morre (necrose).
Primeiros Socorros e Tratamento Imediato
As queimaduras de frio podem ser revertidas com medidas simples de primeiros socorros como:
- Afasta-se do ambiente frio: remova a pessoa do frio que está causando a lesão para um ambiente quente imediatamente;
- Remova acessórios: retire cuidadosamente os acessórios que estejam em contato com a área queimada, para prevenir bloquear ainda mais o fluxo sanguíneo;
- Proteja-se do frio: use roupas secas e aquecidas para cobrir todas as áreas expostas;
- Evite fricção: não esfregue a área afetada, pois isso pode causar mais danos aos tecidos;
- Aqueça a pele gradualmente: reaqueça a pele com água morna – não quente – (37-39°C) por 15 a 30 minutos, para restaurar o fluxo sanguíneo e evitar danos adicionais aos tecidos;
- Evite calor direto: como fogueiras ou aquecedores, pois podem causar queimaduras profundas na pele;
- Não estoure as bolhas: após o reaquecimento, bolhas cheias de líquidos podem se formar, não as estoure, pois isso pode aumentar o risco de infecção;
- Compressas: coloque compressas mornas (não quente) no local por 20 minutos, caso não tenha ocorrido melhora após mergulhar a região em água morna.
Saiba como tratar queimaduras de 1º, 2º e 3º grau.
Como Prevenir Queimaduras de Frio
Para prevenir queimaduras de frio é muito simples:
- Vista-se com roupas adequadas: use várias camadas de roupas quentes e isolantes e certifique-se de que as extremidades (mãos, pés, orelhas, nariz) estejam bem protegidas;
- Esteja atento às condições climáticas: evite passar longos períodos em temperaturas baixas, faça pausas frequentes em ambientes aquecidos;
- Mantenha-se hidratado: beba bastante água para manter a circulação sanguínea e prevenir a desidratação;
- Evite consumir bebidas alcoólicas: o álcool dilata os vasos sanguíneos que se encontram na pele, fazendo com que o corpo se sinta temporariamente quente, mas, na realidade, há uma maior perda de calor;
- Evite contato direto com gelo: a aplicação de gelo, quando necessária, não deve ser contínua, mas sim em intervalos de 10 minutos a cada 2 horas. Além disso, nunca deve ser aplicada diretamente na pele, sempre com uma proteção entre o gelo e a pele;
- Doenças crônicas: tabagistas, diabéticos e pessoas com doenças nos vasos sanguíneos correm maior risco de complicações, pois têm uma quantidade reduzida de fluxo sanguíneo para os braços e pernas.
Possíveis Complicações e Atendimento Médico
Queimaduras de frio podem levar a complicações graves como:
- Hipotermia: quando a temperatura corporal cai abaixo do normal e a pele perde calor mais rápido do que o corpo pode produzir. Isso pode causar sintomas como tremores, falta de coordenação, confusão e, em casos mais graves, pode também causar perda de consciência e morte;
- Lesões por congelamento (frostbite): o congelamento afeta principalmente os membros do corpo, como dedos das mãos e dos pés, nariz e orelhas, causando sintomas como frio, dormência, dor intensa e alterações na cor da pele. Além disso, essas lesões podem levar à necrose e a amputações;
- Fenômeno de Raynaud: a reação do organismo ao frio, onde ocorre uma constrição dos vasos sanguíneos das extremidades, causando palidez, cianose (coloração azulada) e dor nas áreas afetadas;
- Outras lesões de pele: como ulcerações, pé de imersão (causados por umidade persistente) e enregelamento de membros, que podem causar infecções e, em casos mais graves, amputações;
- Infecções: a pele ao sofrer queimaduras de frio fica mais suscetível a infecções bacterianas, aumentando o risco de sepse;
- Necrose: morte dos tecidos, que podem necessitar de amputação;
- Danos nos nervos: pode causar perda de sensibilidade permanente nas áreas afetadas;
É importante procurar atendimento médico quando:
- A pele endurece, esfria ou adormece mesmo após o aquecimento;
- Os sintomas ou escurecimento da pele pioram;
- Houver formação de bolhas;
- As bolhas na pele apresentar sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, calor ou pus;
- Surgir rachaduras, feridas ou úlceras na pele;
- Causar febre alta;
- A dor persistir após o reaquecimento.
Membracel no Tratamento de Queimaduras de Frio
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras, os meses de junho e julho emergem como períodos críticos, marcados por um aumento significativo nos registros de casos de queimaduras em todo o território nacional.
“Nesse contexto, é importante estar atento aos riscos associados às queimaduras típicas da estação. A exposição prolongada ao frio intenso, bem como a falta de cuidado com líquidos quentes e itens inflamáveis podem resultar em danos significativos à pele, aos tecidos subjacentes, e em casos graves, até necroses”, alerta Andrezza Silvano Barreto, enfermeira da Vuelo Pharma.
Entre os diversos tipos de queimaduras dessa época do ano, as de segundo grau merecem atenção especial, devido à profundidade das lesões e à necessidade de tratamento adequado para promover a cicatrização e evitar complicações.
“Uma queimadura de 2º grau é uma lesão na pele que afeta as camadas mais superficiais: a epiderme e a derme. Geralmente, ela resulta em dor intensa devido à lesão de nervos. A área queimada fica vermelha e pode formar bolhas cheias de líquido claro, que são uma resposta natural do corpo para proteger a pele danificada”, explica a especialista.
Ela destaca que é comum observar inchaço ao redor da área queimada, devido à inflamação causada pelo trauma. Além disso, a sensibilidade ao toque também é uma característica típica, podendo causar desconforto ou sensação de queimação na região afetada. Em casos mais graves, pode ocorrer perda temporária de sensibilidade na área queimada devido a danos nos nervos.
Tratamento
Entre os curativos mais recomendados para esses tipos de lesões está a Membracel, uma membrana de celulose regenerada que auxilia no cuidado de queimaduras de 2º grau.
Sua aplicação promove a cicatrização rápida e uniforme da pele, reduzindo o tempo de recuperação e o risco de complicações. Além disso, alivia a dor já na primeira aplicação, proporcionando mais praticidade e conforto ao paciente.
“A Membracel cria uma barreira protetora que impede a entrada de agentes externos, prevenindo infecções e promovendo uma cicatrização mais segura e eficaz”, explica a enfermeira. Diante dessa realidade, é crucial que a população esteja alerta e adote medidas preventivas para evitar acidentes graves durante a estação mais fria do ano.
Agora que você já sabe como tratar queimaduras de frio, saiba como o inverno afeta as pessoas com diabetes.
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária