Existem muitas formas de classificar úlceras em pés diabéticos e a classificação de Wagner é uma delas.
Essa é uma ferramenta amplamente utilizada na enfermagem para avaliar a gravidade das úlceras e o risco de amputação em pessoas com diabetes.
Como funciona a classificação de Wagner?
A classificação de Wagner consiste na utilização de 6 graus, onde avalia a progressão do acometimento do pé desde lesão superficial (Grau 0) até gangrena disseminada (Grau 5).
Após a classificação da lesão, determina-se a gravidade e escolha do tratamento.
Veja abaixo os graus da classificação de Wagner:
Grau 0: pé em risco de ulceração, mas ainda com pele íntegra e ausência de úlceras;
Grau 1: lesão superficial que atinge apenas a pele e o tecido celular subcutâneo, sem inflamação;
Grau 2: úlcera profunda com presença de infecção, mas sem envolvimento ósseo;
Grau 3: úlcera profunda, formando abscesso, celulite ou osteomielite;
Grau 4: presença de gangrena parcial no antepé;
Grau 5: presença de gangrena em todo o pé.
Cada grau descreve um tipo de lesão. Nesse sentido:
- Os três primeiros graus incluem profundidade como descritor principal;
- O quarto inclui infecção como descritor adicional;
- E os dois últimos incluem doença vascular.
A utilização da classificação de Wagner auxilia no diagnóstico e tratamento das úlceras no pé diabético. Além disso, ajuda a prevenir qualquer complicação, mantendo uma boa qualidade de vida para o paciente.
O que é pé diabético?
São feridas que podem ocorrer no pé de pessoas com diabetes. São lesões que costumam demorar a cicatrizar devido aos níveis elevados de glicose (açúcar) no sangue e/ou circulação sanguínea deficiente.
Essa é uma das complicações mais comuns em pés e pernas de paciente com diabetes mal controlado. Contudo, esse tipo de lesão é complexo e, caso não tratada adequadamente, pode levar à amputação.
Nesse post explicamos melhor o que é pé diabético.
Sintomas do pé diabético
Os sintomas do pé diabético podem variar de pessoa para pessoa. No entanto, os sintomas mais comuns costumam ser:
- Feridas ou rachaduras indolores;
- Deformidade do pé;
- Dormência ou sensação de formigamento;
- Úlceras nos pés ou feridas que não cicatrizam;
- Inchaço nos pés;
- Perda de sensibilidade;
Caso uma infecção venha a se desenvolver, o paciente também pode apresentar os seguintes sintomas:
- Cheiro fétido;
- Engrossamento da pele do pé;
- Vermelhidão;
- Lesão com saída de pus;
- Gangrena (morte de um tecido causado por uma infecção ou falta de fluxo sanguíneo);
- Alterações de temperatura da pele do pé.
Fatores de riscos para o desenvolvimento do pé diabético:
- Níveis elevados de açúcar no sangue (diabetes mal controlado);
- Falta de sensibilidade nos pés;
- Calos ou calosidades;
- Deformidades nos pés;
- Má circulação sanguínea nas extremidades;
- Histórico de úlceras nos pés ou amputação de membro inferior;
- Deficiência visual;
- Doença renal;
- Pressão alta.
Como é feito o diagnóstico do pé diabético?
O diagnóstico do pé diabético é clínico, podendo ser feito por um cirurgião vascular (médico especialista em cirurgia) ou por um enfermeiro estomaterapeuta (especialista no tratamento de lesões de pele).
Além disso, o exame consiste em uma avaliação de alterações neurológicas, vasculares e mecânicas (deformidades) dos pés.
É essencial que, ao perceber qualquer ferida nos pés (mesmo que muito pequena), procure imediatamente um médico ou enfermeiro estomaterapeuta.
Tratamento
O tratamento é feito com base nos sinais e sintomas apresentados, além da classificação das lesões do pé diabético.
Quando a lesão é identificada no início, o tratamento é mais simples. Além dos cuidados com a cicatrização da pele, podem ser necessárias técnicas que aliviam a pressão na proeminência óssea, como utilização de palmilhas, calçados especiais ou muletas.
No caso de lesões contaminadas, é necessário o uso de antibióticos por via oral ou endovenosa, dependendo das condições da circulação sanguínea do paciente.
No entanto, a região comprometida com lesão ou ulceração exige cuidados especiais, como limpeza rigorosa com soro fisiológico e aplicação de curativos especiais, como é o caso da Membrana Regeneradora Porosa Membracel.
A Membracel acelera o processo de cicatrização da pele porque auxilia na drenagem do excesso de exsudato (secreção da ferida) e favorece as trocas gasosas. Esses dois fatores auxiliam na formação do tecido de granulação, etapa essencial do processo de cicatrização da pele.
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária