O melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele, devido ao alto risco de metástase (disseminação para outros órgãos).
Se você tem dúvidas sobre o que é melanoma, seus sintomas, ou como identificar sinais suspeitos, continue lendo para entender melhor essa condição e a importância do diagnóstico precoce.
O que é melanoma?
O melanoma é um tipo de agressivo de câncer que se forma a partir dos melanócitos, células responsáveis por produzir melanina, o pigmento que dá cor à pele.
Esse tipo de câncer pode surgir em qualquer parte do corpo, seja na pele ou em mucosas, e se manifesta frequentemente como manchas, pintas ou sinais que mudam de aparência com o tempo.
Curiosamente, nos homens, o melanoma costuma aparecer na cabeça, pescoço ou costas, enquanto nas mulheres, é mais frequente nas costas ou na parte inferior das pernas.
O câncer de pele na cabeça pode ocorrer no couro cabeludo, face, lábios e orelhas – Fonte: Adobe Stock
Embora o melanoma seja mais raro em pessoas de pele escura, quando ocorre, é mais comum nas unhas ou na região acral (como as palmas das mãos ou as solas dos pés).
Isso pode ser um alerta importante, pois muitas pessoas não percebem que o câncer de pele pode surgir em áreas menos expostas ao sol.
Fatores de risco e causas do melanoma
As principais causas do melanoma são a exposição excessiva e repetida aos raios ultravioletas do sol, especialmente durante a infância e adolescência, além do uso de câmaras de bronzeamento artificial.
No entanto, além dessas causas, existem alguns fatores que aumentam o risco de desenvolvimento dessa condição:
- Histórico familiar: pessoas com dois ou mais parentes próximos (mãe, pai, irmã ou irmão) que tiveram melanoma têm maior risco.
- Características físicas: quem tem pele clara que queima facilmente ao sol, olhos azuis ou cinza, cabelo ruivo ou loiro, e/ou muitas sardas também está mais propenso.
- Número de pintas: pessoas que possuem mais de 50 pintas ou sinais na pele têm um risco maior de melanoma.
- Queimaduras solares severas: quem já sofreu queimaduras solares graves, com a formação de bolhas, tem um risco elevado de desenvolver melanoma.
- Condições médicas e medicamentos: algumas condições médicas ou o uso de medicamentos (como antibióticos, hormônios ou antidepressivos) que tornam a pele mais sensível ao sol ou inibem o sistema imunológico também podem aumentar o risco.
Mas como identificar os sinais de alerta? Continue lendo para entender melhor o que procurar.
Como identificar o melanoma?
Muitas vezes o primeiro sinal é uma mudança no formato, cor, tamanho ou até mesmo a sensibilidade em uma pinta existente.
O melanoma também pode surgir como uma nova área colorida na pele, o que exige atenção imediata.
Uma forma simples e eficiente de avaliar manchas ou pintas suspeitas é usar o método ABCDE, que ajuda a identificar sinais de alerta do melanoma:
- A (Assimetria): se uma metade da pinta não corresponde à outra, pode indicar melanoma;
- B (Bordas): pintas com bordas irregulares ou com pigmento que se espalha para a pele ao redor;
- C (Cor): manchas com múltiplas cores ou tonalidades, como marrom, preto, cinza, vermelho ou até azul;
- D (Diâmetro): embora alguns melanomas possam ser pequenos, a maioria tem diâmetro maior que 6 mm;
- E (Evolução): alterações ao longo do tempo, como tamanho, cor ou forma, ou sintomas como coceira ou sangramento.
Regra ABCDE – Fonte:Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
No entanto, o melanoma não se manifesta de maneira única. Existem diferentes tipos de melanoma, cada um com suas características específicas:
- Melanoma superficial: é o tipo mais comum, representando cerca de 70% dos casos. Cresce inicialmente de forma horizontal, na camada mais superficial da pele, antes de se aprofundar.
- Melanoma nodular: é o segundo tipo mais frequente, responsável por 10 a 15% dos casos. Surge como um nódulo ou pequeno tumor de crescimento rápido, sendo um dos mais agressivos.
- Melanoma lentiginoso acral: manifesta-se como manchas de coloração marrom ou preta nas áreas menos expostas ao sol, como palmas das mãos, solas dos pés e sob as unhas.
- Melanoma lentigo maligno: é o tipo de melanoma menos frequente, representando entre 5 e 10% dos casos. Costuma surgir em áreas constantemente expostas ao sol, como rosto e pescoço, e cresce de forma lenta.
Embora a Regra do ABCDE seja uma boa ferramenta útil para identificar sinais suspeitos, o diagnóstico do melanoma deve ser feito por um dermatologista.
O primeiro passo para a identificação é um exame físico detalhado, realizado durante a consulta no consultório.
O médico examinará as pintas, manchas ou sinais existentes na sua pele, observando alterações em sua forma, cor e tamanho.
A dermatoscopia é um exame não invasivo que ajuda a identificar o câncer de pele – Fonte: Freepik
Além da avaliação clínica, exames complementares podem ser solicitados para confirmar o diagnóstico:
- Dermatoscopia: durante a consulta, pode usar um dermatoscópio, um aparelho com lente de aumento especial, para examinar as pintas, manchas ou sinais com mais precisão.
- Mapeamento corporal total e dermatoscopia digital: nesse procedimento, cada pinta do corpo é mapeada por meio de um dermatoscópio conectado a uma câmera digital. As imagens feitas podem ser comparadas entre si e, caso haja alterações ao longo do tempo, as pintas consideradas suspeitas serão removidas para biopsia, favorecendo o diagnóstico precoce.
- Microscopia confocal: é um exame que utiliza um microscópio de alta resolução que permite visualizar as estruturas microscópicas da pele, como células e núcleos, proporcionando uma análise mais detalhada.
- Biopsia: a biopsia é usada para confirmação do diagnóstico de melanoma, podendo ser removida completamente (biópsia excisional) ou apenas um pequeno fragmento (biópsia incisional) da lesão.
- Anatomopatológico: após a remoção da lesão, a amostra é analisada
no por um médico patologista. O exame anatomopatológico confirma o diagnostico, o tipo de melanoma, e determina o estágio e a gravidade da doença.
Lembre-se, quanto mais cedo o melanoma for identificado, maiores são as chances de tratamento bem-sucedido. Se perceber qualquer alteração na pele, procure um dermatologista o quanto antes.
Estágios do melanoma e prognóstico
O melanoma é classificado em estágios, de acordo com a profundidade da lesão e a presença de metástases. Os estágios são:
- Estágio 0 (in situ): o melanoma está restrito às camadas superficiais da pele. Altamente curável se tratado imediatamente, este estágio representa a melhor chance de recuperação total.
- Estágio I: o melanoma está mais profundo, mas ainda não se espalhou para linfonodos ou órgãos. Se diagnosticado precocemente, as chances de cura são muito boas, com tratamentos eficazes.
- Estágio II: o melanoma está mais profundo e pode começar a se espalhar para os linfonodos próximos. O tratamento precisa ser mais agressivo e pode incluir cirurgia e outros procedimentos.
- Estágio III: neste estágio, o melanoma já se espalhou para os linfonodos. O tratamento, passa a envolver imunoterapia ou terapia-alvo, buscando combater a doença.
- Estágio IV: o melanoma metastático já se espalhou para órgãos como pulmão, fígado ou cérebro. O prognóstico é mais reservado, exigindo tratamentos complexos e abordagens multidisciplinares, visando controlar a doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Estágios do melanoma – Fonte: MSCAN
Opções de tratamento para melanoma
As opções de tratamento para o câncer de pele melanoma depende do tipo, estágio e localização do tumor, além do estado de saúde do paciente.
Existem cinco opções principais de tratamento para o melanoma:
1.Cirurgia
A cirurgia é a opção mais comum e eficaz para todos os tipos de melanoma, independentemente do estágio. A remoção completa da lesão inicial (biopsia excisional) oferece altas chances de cura.
Contudo, para garantir que o melanoma não volte ao mesmo local, é realizada uma segunda cirurgia, chamada de ampliação de margens, que retira uma área maior de tecido ao redor da lesão.
2.Quimioterapia
A quimioterapia é um tratamento de câncer que utiliza medicamentos para parar o crescimento dos tumores, destruindo as células cancerosas e impedindo que elas se multipliquem.
Além disso, pode ser administrada de diferentes maneiras: por via oral, injeção intravenosa ou muscular.
3.Radioterapia
A radioterapia é um tratamento contra o câncer que usa radiação de alta energia (como raios-X) para combater as células cancerosas e sua multiplicação.
Existem dois tipos de radioterapia:
- Radioterapia externa, onde a radiação é direcionada ao tumor a partir de uma máquina localizada fora do corpo;
- Radioterapia intralesional, na qual uma cápsula com substância radioativa é colocada diretamente dentro ou perto do tumor, tratando de forma mais localizada.
No entanto, a forma como a radioterapia é realizada vai depender do tipo e estágio em que o câncer se encontra.
Máscara de radioterapia com linhas de laser direcionadas para o tratamento de células cancerígenas no cérebro – Fonte: Depositphotos
4.Imunoterapia
A imunoterapia estimula o sistema imunológico do paciente a combater as células tumorais, sendo especialmente utilizada em pacientes com melanomas avançados ou que não podem ser removidos cirurgicamente.
Alguns dos tratamentos de imunoterapia usados podem incluir inibidores de PD-1, inibidor CTLA-4 e citocinas (Interferon-alfa e Interleucina-2).
5.Terapia-alvo
A terapia-alvo é um tipo de tratamento que utiliza medicamentos ou substâncias que atacam especificamente as células cancerosas, oferecendo uma abordagem mais precisa e com menos efeitos colaterais que a quimioterapia ou a radioterapia.
Consultar um especialista em oncologia é fundamental para determinar o tratamento mais adequado e garantir os melhores resultados.
Prevenção e cuidados com a pele
A melhor forma de evitar o melanoma é através da prevenção e cuidados regulares com a pele:
- Use protetor solar diariamente: escolha um filtro solar adequado ao seu tipo de pele, com FPS 60 ou superior, e que ofereça proteção contra os raios UVA e UVB.
- Evite exposição solar excessiva: o sol é mais intenso entre 10h e 16h, então busque a sombra sempre que possível.
- Reaplique o protetor solar a cada duas horas: Se você suar ou se molhar, a reaplicação deve ser imediata.
- Opte por filtros solares resistentes à água: para esportes, atividades ao ar livre e dias de calor intenso, essa escolha garante uma proteção mais duradoura.
- Proteja-se com roupas e acessórios: utilize roupas com Fator de Proteção Ultravioleta (FPU), além de chapéus de aba larga e óculos escuros para proteger áreas expostas.
- Faça autoexames regulares: observe manchas, pintas e sinais em seu corpo. Qualquer mudança suspeita deve ser avaliada por um dermatologista.
Já teve melanoma? Se você passou por um tratamento para remoção de lesões, cuidar da regeneração da pele é fundamental para uma recuperação completa.
O uso da Membrana Regeneradora Porosa Membracel pode ajudar na cicatrização da pele após a retirada total do tumor, reduzindo a área exposta da lesão em até 95% e aliviando a dor já na primeira aplicação.
Lembre-se: O melanoma tem altas taxas de mortalidade, mas quando identificado no início, as chances de cura chegam a 90%.
Agora que você já sabe tudo sobre o melanoma, descubra os principais tipos de câncer de pele e como se prevenir!
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária