Você sabia que, em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou cerca de 13,6 milhões de cirurgias eletivas? Esse é o maior número da história!
Com tantas cirurgias acontecendo, o cuidado com as feridas cirúrgicas se torna ainda mais importante. Saber como identificar e tratar essas feridas pode fazer toda a diferença para uma recuperação tranquila e sem complicações.
Continue lendo para entender melhor como garantir uma recuperação segura após um procedimento.
O que são feridas cirúrgicas?
As feridas cirúrgicas são cortes ou incisões intencionais realizadas com o uso de um bisturi durante um procedimento cirúrgico. Essas aberturas são feitas para acessar uma parte do corpo ou um órgão e, assim, realizar o procedimento.
Apesar de todas as feridas cirúrgicas terem o mesmo objetivo – permitir a cirurgia –, elas são classificadas de acordo com o risco de contaminação, ou seja, a chance de microrganismos entrarem na ferida e causarem uma infecção. As principais categorias são:
- Ferida cirúrgica limpa: ocorre em uma parte do corpo completamente limpa e sem contato com áreas onde normalmente há bactérias, como boca, intestino ou órgãos genitais.
- Ferida cirúrgica limpa-contaminada: envolve o contato com partes do corpo que têm bactérias naturais, mas isso acontece de maneira controlada, sem que a ferida seja contaminada por dentro.
- Ferida cirúrgica contaminada: acontece em situações em que há mais risco de sujeira, como em casos de emergência ou quando existe inflamação na área operada.
- Ferida cirúrgica infectada: ocorre quando a ferida se contamina com bactérias após a cirurgia, devido a falhas no processo de esterilização ou cuidados inadequados no pós-operatório.
Processo de cicatrização de feridas cirúrgicas
As feridas cirúrgicas são consideradas agudas, o que significa que sua cicatrização tende a ser rápida e sem complicações, passando pelas três fases principais:
- Fase inflamatória (1 a 4 dias): imediatamente após a cirurgia, o corpo começa a combater qualquer infecção e inicia o processo de cura;
- Fase proliferativa (4 a 21 dias): nesta fase, o tecido novo começa a se formar, preenchendo a ferida;
- Fase de maturação (após 21 dias): a última fase, onde a ferida vai se fortalecendo e se fechando de forma permanente.
No entanto, a cicatrização é um processo que pode ser influenciado pelas circunstâncias da ferida (fatores locais) e condição geral do paciente (fatores sistémicos).
Fatores locais | Fatores sistêmicos |
Presença de infecção | Idade |
Técnica de sutura | Genética |
Tensão dos bordos | Doenças crônicas como diabetes |
Deficiência de vascularização | Doenças vasculares e pulmonares |
Presença de corpo estranho | Condições imunocomprometidas ou autoimunes |
Necrose tecidual | Fatores nutricionais como deficiências vitamínicas |
Edema e/ou hematoma | Uso de medicamentos como corticoides e imunossupressores |
Ambiente muito seco ou muito úmido | Tabagismo ou alcoolismo |
Prevenção de infecções em feridas cirúrgicas
Para garantir a segurança do paciente durante e após um procedimento cirúrgico, os cuidados começam já no pré-operatório, com a preparação adequada do paciente, dos instrumentais médicos, da paramentação cirúrgica e até do ambiente da cirurgia.
Além disso, é importante tratar corretamente a ferida cirúrgica, adotando medidas que minimizem as chances de contaminação como a limpeza adequada e o uso de curativos apropriados, que ajudam a proteger a ferida, controlando a secreção, permitindo a mobilidade do paciente e evitando o contato com microrganismos.
Sempre que notar sinais como dor intensa, vermelhidão ou secreção com odor, é fundamental buscar ajuda médica para garantir o tratamento adequado.
Cuidar da ferida cirúrgica não é só tratar o corte – é garantir que a recuperação seja tranquila, sem infecções ou complicações. Com os cuidados certos, o risco de infecção pode ser reduzido, evitando a necessidade de novos tratamentos.
Identificação de uma ferida cirúrgica infectada
Os principais sinais e sintomas de uma infecção em feridas cirúrgicas são:
- Vermelhidão e aumento de temperatura ao redor da ferida;
- Inchaço excessivo ou aumento de dor na área;
- Secreção com pus ou com odor forte;
- Febre e sensação de mal-estar geral.
Ao perceber qualquer um desses sinais, procure imediatamente orientação médica para evitar que a infecção se espalhe e comprometa a recuperação.
Tratamento de feridas cirúrgicas infectadas
O tratamento de uma ferida cirúrgica infectada deve ser conduzido por profissionais de saúde, pois cada tipo de ferida envolve cuidados diferentes para evitar complicações.
O primeiro passo é a limpeza adequada da ferida com soro fisiológico 0,9% ou polihexametileno biguanida (PHMB) para remover secreções e tecidos mortos. Caso haja pus, pode ser necessário realizar drenagem da secreção ou desbridamento para remover tecidos desvitalizados.
Após a limpeza, a ferida deve ser protegida com curativos antimicrobianos, que ajudam a prevenir novas infecções e a manter a área protegida de novos traumas. Também é importante trocar os curativos regularmente, mantendo a ferida sempre limpa e seca.
Se a infecção persistir ou for mais grave, o médico pode prescrever antibióticos para combater a proliferação de bactérias e acelerar a recuperação.
Como fazer curativo em ferida cirúrgica
Fazer o curativo corretamente é importante para proteger a ferida, evitar infecções e garantir uma boa cicatrização. Siga estas etapas:
- Lave bem as mãos com água e sabão antes de iniciar o procedimento;
- Prepare os materiais: gaze estéril, soro fisiológico 0,9%, curativo adequado e fita adesiva hipoalergênica (se necessário);
- Remova o curativo antigo com cuidado, evitando puxar ou traumatizar a ferida;
- Limpe a ferida com soro fisiológico, sempre do centro para as bordas, usando uma gaze estéril;
- Seque delicadamente a área ao redor da ferida com outra gaze limpa;
- Aplique um curativo adequado para manter a proteção e favorecer a cicatrização;
- Fixe o curativo conforme orientação médica, evitando apertar demais para não comprometer a circulação;
- Descarte os materiais usados de forma correta e lave as mãos novamente.
Troque o curativo conforme a recomendação médica e fique atento a sinais como vermelhidão, dor ou secreção. Caso note algo incomum, procure um profissional de saúde.
Uso da Membrana Regeneradora Porosa Membracel no tratamento de feridas cirúrgicas
A recuperação de uma ferida cirúrgica exige cuidados específicos para evitar infecções e acelerar a cicatrização. A Membracel é uma membrana de celulose bacteriana porosa capaz de substituir temporariamente a pele humana e promover a rápida regeneração.
Por conter poros, ela permite a eliminação de secreções sem deixar a área úmida em excesso. Além disso, reduz a dor, mantém a pele hidratada e acelera a cicatrização. Outro benefício é a transparência, que facilita o acompanhamento da cicatrização sem a necessidade de trocas frequentes, tornando o processo mais confortável e seguro.
Caso a ferida operatória não apresente complicações, pode ser aplicado o Spray de Barreira VUELO, que forma uma película de silicone uniforme, ajudando a manter a pele saudável e protegida por até 72 horas.
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Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária