Acidentes acontecem quando menos esperamos — um pequeno descuido na cozinha, uma queda durante uma atividade ao ar livre ou até mesmo complicações de saúde podem resultar em uma ferida aberta.
Essas lesões, que deixam tecidos internos expostos, são mais comuns do que imaginamos e exigem atenção imediata para evitar infecções e acelerar a cicatrização.
Seja você um paciente em busca de informações confiáveis ou um profissional de saúde lidando com diferentes casos no dia a dia, entender como identificar, tratar e prevenir complicações em feridas abertas é necessário para garantir o bem-estar e a segurança de todos.
O que é uma ferida aberta?
Uma ferida aberta pode se apresentar de diferentes formas, dependendo do tipo de lesão e do objeto causador. As feridas cortantes, por exemplo, são provocadas por objetos afiados, como facas ou lâminas, e se caracterizam por suas bordas regulares e bem definidas, o que facilita o processo de cicatrização, desde que tratadas adequadamente.
Já as feridas perfurantes ocorrem quando objetos pontiagudos, como pregos ou agulhas, penetram profundamente na pele, criando um pequeno ponto de entrada, mas podendo causar sérios danos internos.
Outro tipo comum são as feridas abrasivas, que resultam do atrito ou raspagem da pele, como em quedas, que normalmente afetam apenas as camadas superficiais. Embora sejam menos graves, essas lesões podem ser dolorosas e exigem cuidados para evitar infecções.
Por fim, as feridas lacerantes são aquelas que surgem de traumas que rasgam o tecido de forma irregular, formando bordas desiguais e muitas vezes exigindo mais atenção para garantir uma recuperação completa.
Principais causas de feridas abertas
As feridas abertas podem ser causadas por diversos motivos, desde acidentes do dia a dia até situações mais graves. Entre as principais causas estão:
- Cortes e lacerações, provocados por objetos afiados, como facas, vidros quebrados ou ferramentas.
- Impactos e traumas físicos, como quedas, colisões ou golpes durante atividades esportivas ou no trabalho, que podem gerar feridas de diferentes intensidades.
- Queimaduras térmicas e químicas, causadas pelo contato direto com superfícies quentes, líquidos ferventes ou produtos químicos corrosivos, dependendo da gravidade da queimadura.
- Perfurações por objetos pontiagudos, como pregos, alfinetes ou estacas, que penetram profundamente na pele, resultando em feridas perfurantes.
- Abrasões causadas por atrito, geralmente provocadas por quedas em superfícies ásperas, como asfalto ou concreto, que frequentemente resultam em feridas abrasivas.
- Incisões médicas, feitas durante cirurgias ou procedimentos, que podem ser consideradas feridas abertas, especialmente se houver complicações, como infecções ou cicatrização lenta.
- Condições de saúde subjacentes, como diabetes ou insuficiência venosa, que podem predispor à formação de feridas crônicas, como úlceras, mesmo sem traumas externos.
Além disso, existem fatores que podem interferir na cicatrização de feridas abertas, podendo ser divididos em dois grupos: fatores intrínsecos, relacionados às condições individuais do paciente, e fatores extrínsecos, ligados ao ambiente e ao manejo da ferida. Aqui estão os principais:
Fatores intrínsecos | Fatores extrínsecos |
Idade: pessoas idosas geralmente apresentam cicatrização mais lenta devido à redução na regeneração celular e no fluxo sanguíneo. | Manejo inadequado da ferida: técnicas incorretas de limpeza ou curativo podem piorar o quadro, dificultando a regeneração dos tecidos. |
Condições de saúde: doenças crônicas, como diabetes, insuficiência venosa, hipertensão ou doenças autoimunes, podem prejudicar o processo de cicatrização. | Presença de corpos estranhos: fragmentos de vidro, sujeira ou outros objetos na ferida podem causar inflamação e atrasar o processo. |
Estado nutricional: a deficiência de nutrientes essenciais, como proteínas, vitamina C, zinco e ferro, compromete a formação de novos tecidos e a imunidade. | Pressão sobre a ferida: áreas que sofrem constante pressão, como úlceras por pressão em pacientes acamados, têm mais dificuldade de cicatrizar. |
Problemas de circulação: a má circulação sanguínea reduz o fornecimento de oxigênio e nutrientes à ferida, dificultando a cicatrização. | Exposição a condições ambientais adversas: temperaturas extremas, umidade inadequada ou contato com agentes contaminantes podem interferir na regeneração dos tecidos. |
Infecções: a presença de bactérias na ferida pode retardar ou impedir o fechamento adequado dos tecidos. | Fumo e álcool: o consumo de tabaco reduz o fluxo sanguíneo, enquanto o álcool pode comprometer o sistema imunológico, dificultando a cicatrização. |
Uso de medicamentos: corticoides, quimioterápicos e outros medicamentos imunossupressores podem interferir no processo de cicatrização. | |
Passo a passo para tratar feridas abertas
1. Lave as mãos
Antes de tocar na ferida, lave bem as mãos com água e sabão neutro para evitar contaminação. Se possível, use luvas descartáveis para maior proteção.
2. Limpeza da ferida
Lave a área lesionada com água corrente limpa ou soro fisiológico. Se necessário, use um sabonete com pH neutro apenas ao redor da ferida, evitando contato direto com o tecido exposto. Isso ajuda a remover sujeiras, corpos estranhos e reduzir o risco de infecção.
3. Controle do sangramento
Caso a ferida esteja sangrando, pressione-a suavemente com um pano limpo ou gaze estéril até que o sangramento cesse. Se o sangramento persistir, procure atendimento médico imediatamente.
4. Avaliação da gravidade
Verifique o tipo e a profundidade da ferida. Lesões mais profundas, perfurantes ou com bordas irregulares podem necessitar de cuidados especializados ou sutura.
5. Aplicação de curativos
Utilize curativos apropriados para proteger a área e acelerar o processo de regeneração. Para feridas complexas ou de difícil cicatrização, considere o uso de técnicas avançadas, como a Membrana Regeneradora Porosa Membracel.
A Membracel é um curativo especial que substitui temporariamente a pele e acelera o processo de cicatrização, reduzindo o risco de infecções e promovendo a regeneração dos tecidos de forma mais eficiente.
6. Troca do curativo
Substitua o curativo conforme orientação médica ou, no mínimo, uma vez ao dia. Observe sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor ou secreção com odor.
7. Acompanhamento médico
Feridas que não cicatrizam, apresentam infecção ou envolvem grandes áreas do corpo devem ser avaliadas por um profissional de saúde.
Agora que você já sabe os primeiros passos para tratar uma ferida aberta, aprenda a fazer a limpeza correta da lesão e garantir uma cicatrização ainda mais eficaz.
Aceleração da cicatrização com Membracel
A Membrana Regeneradora Porosa Membracel pode ser utilizada qualquer tipo de lesão de pele, principalmente as de difícil cicatrização, sejam elas superficiais ou profundas, como:
- Queimaduras;
- Escoriações;
- Áreas doadoras e receptoras de enxerto cutâneo;
- Úlceras arteriais;
- Úlceras venosas ou de estase;
- Lesões por Pressão (escaras);
- Feridas diabéticas;
- Feridas cirúrgicas;
- Pós-cauterização física/ laser;
- Epidermólise bolhosa.
Sua tecnologia avançada oferece diversos benefícios:
- Acelera a cicatrização: favorece a formação do tecido de granulação, etapa essencial do processo de cicatrização da pele.
- Alivia a dor: reduz a área exposta da lesão em até 95%, isolando as terminações nervosas e aliviando a dor já na primeira aplicação.
- Não necessita de trocas diárias: por ser um curativo de longa permanência, não necessita de trocas frequentes. Além de colaborar para o bem-estar do paciente, esse fator ajuda a evitar traumas no tecido recém-formado, mantendo a integridade do tecido de granulação.
- Protege a lesão: funciona como uma barreira física, reduzindo expressivamente a área desprotegida da lesão e evitando a contaminação por agentes externos.
- Não causa reações adversas: é atóxica e inerte, não causando reações alérgicas quando em contato com a pele.
- Contém poros: os poros da membrana permitem a drenagem do excesso de exsudato (secreção da ferida) para um curativo secundário, mantendo a umidade ideal no leito da lesão. Além disso, os poros favorecem as trocas gasosas, importantes para o processo de cicatrização.
Você sabe o que é verdade e o que é mito quando o assunto é cicatrização de feridas? Descubra agora como cuidar melhor da sua pele com informações confiáveis!
Prevenção de complicações em feridas abertas
Para garantir uma recuperação segura e evitar complicações, siga as seguintes orientações:
- Mantenha a ferida limpa: realize a limpeza regular com soro fisiológico ou PHMB, para prevenir infecções;
- Mantenha o local seco: certifique-se de que o curativo permaneça seco, pois a umidade excessiva pode favorecer o crescimento de bactérias.
- Use curativos adequados: escolha curativos estéreis que se adaptem ao tipo de ferida;
- Evite a pressão sobre a ferida: não coloque pressão direta sobre a área afetada para não prejudicar a cicatrização;
- Monitore sinais de infecção: como aumento de dor, vermelhidão, inchaço, secreção com mau cheiro ou febre. Caso algum desses sintomas apareça, busque ajuda médica imediatamente;
- Evite o uso de substâncias irritantes: como álcool, iodo ou pomadas não recomendadas pelo médico, pois esses produtos podem irritar o tecido e prejudicar a cicatrização;
- Alimente-se bem: uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, vitaminas e minerais como zinco, ajuda a fortalecer o sistema imunológico e acelera o processo de cicatrização;
- Mantenha um bom controle de doenças subjacentes: pacientes com diabetes, doenças cardiovasculares ou outras condições crônicas devem manter seus tratamentos em dia, já que essas condições podem retardar a cicatrização e aumentar o risco de complicações.
Quando buscar ajuda médica:
- Se houver sinais de infecção, como secreção purulenta ou febre;
- Se a ferida for muito profunda, extensa ou não cicatrizar corretamente;
- Se o sangramento não parar após alguns minutos de pressão;
- Se houver dor intensa ou aumento da área de vermelhidão e inchaço.
Além de aprender a tratar uma ferida aberta, é importante entender qual tipo de ferida você está lidando, certo? Descubra tudo sobre isso no nosso conteúdo completo sobre tipos de feridas, suas causas e tratamentos.
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária