O diagnóstico de diabetes em crianças é uma realidade que, apesar de ser alarmante para os pais, vem se tornado cada vez mais comum.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a taxa de diabetes entre crianças e adolescentes vem aumentando, exigindo atenção e cuidados redobrados.
Contudo, quando a condição é diagnosticada de forma precoce, a condição pode ser gerenciada, possibilitando que a criança tenha uma vida ativa e saudável.
O que é diabetes?
O diabetes é uma doença que ocorre quando seu corpo não produz insulina suficiente ou quando seu corpo não pode usar a insulina que é produzida.
O diabetes é chamado de distúrbio metabólico porque a doença afeta a maneira como o corpo usa os alimentos para produzir açúcar no sangue (glicose) – principal fonte de combustível do corpo.
Tipos de diabetes mellitus:
O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), são condições diferentes, mas ambos podem afetar crianças e adolescentes.
Diabetes tipo 1
O diabetes mellitus tipo 1 é uma das doenças crônicas mais frequentes entre crianças e acontece quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina.
A insulina é um hormônio que normalmente ajuda a transformar a glicose (o açúcar presente no sangue) em energia para o organismo.
Quando o corpo não consegue transformar glicose em energia, a glicose se acumula no sangue, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue.
O diabetes tipo 1 pode surgir em qualquer fase da infância, mas geralmente se manifesta entre as idades de 4 e 6 anos ou entre as idades de 10 e 14 anos.
Diabetes tipo 2
Apesar de ser mais comum entre adultos, o diabetes tipo 2 tem sido cada vez mais frequente na infância, especialmente na adolescência, devido ao aumento do número de casos de crianças com obesidade.
O diabetes tipo 2 se manifesta após a puberdade, com a taxa mais alta dos 15 aos 19 anos de idade.
Ao contrário do diabetes tipo 1, o pâncreas ainda pode produzir insulina, mas não pode produzir o suficiente para superar a resistência à insulina.
Ou seja, o pâncreas não consegue acompanhar e o nível de glicose no sangue fica muito alto, resultando no diabetes mellitus tipo 2.
Causas do diabetes infantil:
A causa do diabetes tipo 1 é desconhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina.
Isso pode levar a uma deficiência parcial ou total na produção de insulina, o que faz com que a glicose permaneça na corrente sanguínea e aumente os níveis de glicemia.
Já a causa do diabetes tipo 2 está diretamente associado à obesidade infantil, a um estilo de vida sedentário, a hábitos alimentares inadequados e a um histórico familiar da doença.
Portanto, crianças que apresentam sobrepeso têm maior risco de desenvolver resistência à insulina, o que pode contribuir para o desenvolvimento da doença.
Como identificar os sinais e sintomas do diabetes infantil?
Os principais sinais e sintomas do diabetes tipo 1 são:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
- Perda de peso;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Mudanças de humor;
- Náusea e vômito.
Os principais sinais e sintomas do diabetes tipo 2 são:
- Fome frequente;
- Sede constante;
- Formigamento nos pés e mãos;
- Vontade de urinar diversas vezes;
- Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
- Feridas que demoram para cicatrizar;
- Visão embaçada.
Diagnóstico do diabetes:
Após a avaliação e identificação dos sintomas, o endocrinologista – médico especialista no tratamento de pacientes com diabetes, poderá solicitar exames que confirmem o diagnóstico de diabetes. São eles:
- Teste da picada do dedo: é feito com uma máquina de medição rápida de glicose – considerado normal até 200 mg/dL a qualquer hora do dia;
- Exame de sangue da glicose com jejum de 8 horas: é recomendado para pessoas com mais de 40 anos ou que tem algum fator de risco – considerado normal até 99 mg/dL;
- Teste de tolerância à glicose: é feito para calcular a glicemia antes e depois de ingerir açúcar – considerado normal até 140 mg/dL 2 horas após o exame e 199 mg/dL até 4 horas;
- Hemoglobina glicada: é realizado para avaliar a quantidade de glicose (açúcar no sangue) dos últimos 3 meses e para avaliar melhora ou piora da doença – considerado normal até 5,7%.
Quais os tratamentos do diabetes?
O tratamento do diabetes tipo 1 é feito com injeções de insulina, já que o corpo não produz esse hormônio. Além disso, é indicado a prática de exercícios físicos aliada a uma dieta equilibrada de carboidratos, proteínas e gorduras.
A insulina pode ser aplicada com seringas, canetas de insulina ou sistemas de infusão contínua (“bombas” de insulina). O monitoramento dos valores de açúcar no sangue pode ser feito com medidas do açúcar no sangue ou com sensores do líquido intersticial.
Para o tratamento do diabetes tipo 2 são fundamentais mudanças no estilo de vida (com uma alimentação saudável e exercícios físicos regulares).
O uso de medicamentos via oral ou injetáveis também é indicado, sendo que a insulina também pode ser necessária. Além disso, deve ser monitorado os níveis de glicose do sangue todos os dias ou até mesmo várias vezes por dia.
O tratamento deve ser acompanhado de orientações de médicos, sendo que profissionais nutricionistas e psicólogos podem ajudar muito nesse processo.
Uso da Membracel no Tratamento do Diabetes
Um dos resultados do diabetes não controlado é a falta de sensibilidade nos nervos periféricos. Nesses casos, o diabético acaba não percebendo pequenos machucados, as lesões evoluem e se tornam de difícil cicatrização.
O cuidado com a pele comprometida exige limpeza adequada da lesão e aplicação de curativos que auxiliem no processo de cicatrização, como a Membrana Regeneradora Porosa Membracel.
Por conter poros, a membrana permite a drenagem do excesso de exsudato (secreção da ferida) e favorece as trocas gasosas. Esses dois fatores auxiliam na formação do tecido de granulação, etapa essencial do processo de cicatrização da pele.
Vivendo com diabetes
Para crianças e adolescentes, viver com diabetes pode ser uma experiência desafiadora, mas com o suporte adequado, é possível levar uma vida normal e ativa.
O primeiro passo é transformar os cuidados diários como parte da rotina, sem que isso pareça um fardo.
Incentivar a participação do monitoramento dos níveis de glicose e da aplicação de insulina, podem tornar esses momentos mais educativos e tranquilos para a criança ou adolescente.
Quando o assunto for alimentação, mostre que pode ser uma oportunidade para experimentar receitas saudáveis e saborosas, sempre mantendo uma abordagem flexível e sem restrições excessivas.
A prática de exercícios também pode ser divertida! Estimule atividades que seu filho goste, como andar de bicicleta, nadar ou jogar bola com os amigos, tudo enquanto mantém o controle da glicemia.
Por fim, ofereça apoio emocional. Esteja atento às preocupações do seu filho e converse abertamente sobre os desafios que ele pode enfrentar, seja na escola ou com os amigos.
Com carinho e paciência, você pode ajudar seu filho a perceber que, apesar do diabetes, ele pode ter uma infância e adolescência com qualidade de vida.
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Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária