O que é dermatite bolhosa?
Dermatite bolhosa é uma reação inflamatória da pele que se manifesta em forma de bolhas que pode surgir em qualquer parte do corpo. Em alguns casos a cicatrização pode ser demorada, servindo de porta de entrada para infecções.
A dermatite bolhosa pode surgir devido ao contato com diversos agentes alergênicos, que podem ser internos ou externos, conforme os exemplos abaixo:
Agentes externos: medicamentos, radiação solar, composto inorgânico (corante de cabelo, amoníaco, etc.), luz ultravioleta, temperaturas muito baixas ou elevadas, cosméticos, látex, composto de níquel (moedas, talheres, jóias).
Agentes internos: herpes, impetigo (feridas em torno da boca e nariz), diabetes, defeitos genéticos, lúpus, motivos emocionais.
Não é transmitida por contato direto e nem por objetos de uso pessoal compartilhados. Os sintomas são pele avermelhada, descamação e pequenas bolhas, que podem surgir por todo o corpo e aumentar de tamanho.
Dermatite bolhosa distrófica
A dermatite bolhosa distrófica é uma condição grave que acomete recém-nascidos. Pode ser diagnosticada já nos primeiros dias de vida do bebê ou alguns meses após o nascimento. Esses casos são de difícil tratamento, podendo, inclusive, levar à morte.
Aqui em nosso site temos um conteúdo completo falando sobre os 6 principais tipos de dermatite e seus principais sintomas.
Principais tipos de dermatite bolhosa
Os tipos mais comuns incluem dermatite herpetiforme, dermatite de contato bolhosa e dermatite bolhosa autoimune, que podem ser divididas em subtipos, como penfigóide bolhoso e pênfigo vulgar.
1. Dermatite herpetiforme
A dermatite herpetiforme é uma condição crônica de bolhas que comumente ocorre em conjunto com a doença celíaca. Essa condição resulta de uma resposta autoimune em que o corpo ataca sua própria pele, causando o surgimento de bolhas e erupções cutâneas com coceira.
A dermatite herpetiforme pode ser desencadeada pelo consumo de glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada e centeio. Pessoas com essa condição geralmente têm uma predisposição genética para a doença celíaca, e mesmo a exposição mínima ao glúten pode ativar o sistema imunológico, levando a lesões na pele.
Os sintomas da dermatite herpetiforme costumam ser:
- Bolhas e erupções cutâneas com coceira: podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comumente encontradas nos cotovelos, joelhos, nádegas e costas.
- Bolhas pequenas e agrupadas: as lesões se assemelham às do herpes (daí o nome), mas a condição não é causada pelo vírus do herpes.
- Sensação de queimação ou ardência: mesmo antes da formação das bolhas, as áreas afetadas podem sentir queimação ou ardência.
2. Dermatite de contato bolhosa
A dermatite de contato bolhosa ocorre quando a pele entra em contato com um irritante ou alérgeno, causando uma reação alérgica localizada que leva à formação de bolhas (bolhas grandes). Este tipo de dermatite geralmente é desencadeado pela exposição direta a substâncias nocivas, como:
- Irritantes químicos como sabonetes, detergentes ou produtos de limpeza agressivos.
- Exposição a plantas como hera venenosa ou carvalho venenoso.
- Metais como níquel ou cobalto em fechos de joias ou roupas.
A dermatite de contato bolhosa pode causar sintomas como, bolhas grandes e cheias de líquido no local de contato, vermelhidão e inchaço, frequentemente acompanhadas de coceira e desconforto intensos.
3. Penfigoide Bolhoso
A dermatite bolhosa autoimune refere-se a um grupo de doenças de pele em que o sistema imunológico ataca erroneamente a pele e as membranas mucosas do corpo, causando bolhas. Esta condição inclui subtipos como penfigóide bolhoso e pênfigo vulgar.
O penfigoide bolhoso é a doença bolhosa autoimune mais comum, geralmente afetando adultos mais velhos. É caracterizada por bolhas grandes e tensas que não se rompem facilmente.
Isso acontece porque o sistema imunológico produz anticorpos que têm como alvo as proteínas da pele, resultando na separação entre as camadas da pele e formando bolhas. Embora a causa seja desconhecida, certos gatilhos podem contribuir para o surgimento do penfigoide bolhoso:
- Medicamentos como furosemida e penicilina têm sido associadas ao desenvolvimento de penfigóide bolhoso.
- A exposição à luz ultravioleta pode piorar os sintomas da condição.
Os sintomas do penfigoide bolhoso incluem:
- Bolhas grandes e cheias de líquido que podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns no abdômen, coxas e antebraços.
- As bolhas são frequentemente acompanhadas de coceira intensa e desconforto.
- As áreas ao redor das bolhas podem apresentar inflamação e vermelhidão.
4. Pênfigo vulgar
O pênfigo vulgar é uma doença autoimune rara e potencialmente fatal. Ao contrário do penfigóide bolhoso, as bolhas no pênfigo vulgar são mais frágeis e se rompem facilmente.
Este subtipo ocorre quando o sistema imunológico cria anticorpos que atacam as proteínas responsáveis por manter as células da pele unidas. Isso resulta na formação de bolhas superficiais que são propensas a se romper.
Os sintomas do pênfigo vulgar são:
- Bolhas frágeis que geralmente se formam na boca, nariz, garganta ou áreas genitais e são rompidas facilmente, deixando feridas dolorosas.
- Feridas dolorosas na boca são os primeiros sinais da doença.
- Após a ruptura das bolhas, elas deixam erosões na pele, deixando vulneráveis a infecções.
Sintomas e sinais clínicos da dermatite bolhosa
Os sintomas e sinais clínicos da dermatite bolhosa podem variar de acordo com a doença, mas alguns sintomas comuns incluem:
1. Bolhas e erupções cutâneas
A característica mais especifica de todas as formas de dermatite bolhosa é o aparecimento de bolhas, que podem ser com líquido ou pus. Essas bolhas podem ser isoladas ou ocorrer em grupos e podem variar de pequenas a muito grandes. Uma erupção cutânea geralmente acompanha as bolhas, aparecendo como manchas vermelhas e elevadas na pele.
2. Coceira e desconforto
A coceira é um sintoma comum em muitos tipos de dermatite bolhosa, particularmente em condições como dermatite herpetiforme e penfigóide bolhoso. Essa coceira pode variar de leve a grave e geralmente piora à noite, levando a distúrbios do sono.
3. Dor e vermelhidão
Lesões dolorosas podem se desenvolver, especialmente quando as bolhas se rompem, expondo a pele subjacente. Ao redor das bolhas, podem ocorrer vermelhidão e inchaço, indicando inflamação. Em casos graves, a pele pode ficar extremamente sensível ao toque.
Tratamento
Para que o tratamento seja eficaz, é preciso identificar o fator que desencadeou a dermatite bolhosa. Com base no foco do problema, será possível evitar o surgimento de novas bolhas e, até mesmo, de ocorrências futuras.
É muito importante ter acompanhamento médico para que o tratamento seja assertivo e não resulte em complicações. Medicamentos anti-inflamatórios podem ser indicados para amenizar a dor. Além disso, é preciso fazer curativos diários nas feridas para mantê-las limpas, evitando infecções e colaborando para a cicatrização das lesões.
Nos casos em que as bolhas formam lesões, a Membrana Regeneradora Porosa Membracel é bastante indicada, pois acelera a cicatrização da pele. Por conter poros, a membrana permite a drenagem do excesso de exsudato, a oxigenação da lesão e mantém a umidade no leito da ferida, proporcionando o ambiente ideal para a formação do tecido de granulação – etapa essencial do processo cicatricial. Permite a limpeza com soro fisiológico através dos poros, não necessitando de trocas diárias, o que promove mais conforto ao paciente e não prejudica o tecido já formado.
Prevenção
Algumas atitudes e cuidados adicionais podem evitar a dermatite bolhosa. Veja quais são elas:
- Lave as roupas com sabão neutro;
- No trabalho, sempre que necessário, utilize máscaras, luvas ou outros equipamentos de proteção pessoal;
- Não se exponha a temperaturas extremas, seja frio ou calor;
- Evite contato com plantas e animais exóticos;
- Procure ficar longe de produtos químicos, tintas e produtos com cheiro forte;
- Mantenha boa higiene pessoal.
Na maioria dos casos, a dermatite bolhosa é de fácil tratamento, porém, é preciso ter muito cuidados para que as bolhas e lesões não evoluam para situações mais graves, como infecções. Dessa forma, procurar atendimento médico logo no início da doença e dar início ao tratamento indicado o mais breve possível, faz com que as chances de cura aumentem significativamente.
Agora que você já sabe tudo sobre dermatite bolhosa, conheça as causas e tratamentos para bolhas na pele.
Antonio Rangel
Antônio Rangel
Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família |
Graduado em enfermagem pela PUC-PR |
Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR |
Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP |
Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR |
Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR |
Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 |
Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR |
Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba