A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que a incontinência urinária atinge 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos.
Uma complicação comum que surge da incontinência urinária é a dermatite associada à incontinência (DAI), uma condição que, se não for tratada, pode afetar a integridade da pele e a qualidade de vida do paciente.
O que é dermatite associada à incontinência?
A dermatite associada à incontinência (DAI) é uma condição inflamatória da pele causada pela exposição prolongada à urina ou fezes, particularmente comum em pessoas com incontinência urinária ou fecal, especialmente aqueles que estão acamados ou necessitam de cuidados de longo prazo.
Causas da dermatite associada à incontinência
A dermatite associada à incontinência (DAI) desenvolve-se a partir de uma combinação de fatores que comprometem a integridade da pele, como a umidade excessiva causada pela incontinência urinária e/ou fecal, alteração no pH da pele, fricção, colonização por microrganismos, entre outros.
Juntos, esses fatores contribuem para o desenvolvimento da DAI, aumentando a permeabilidade da pele e levando a irritação, desconforto e possível infecção.
Quais são os sintomas da dermatite associada à incontinência?
Os sintomas da dermatite associada à incontinência (DAI) geralmente incluem:
- Vermelhidão e inflamação nas áreas afetadas;
- Sensação de queimação ou coceira;
- Feridas dolorosas ou erosões na pele;
- Inchaço ou bolhas em casos graves;
- Odor desagradável, especialmente se ocorrerem infecções secundárias devido ao crescimento bacteriano.
Complicações da dermatite associada à incontinência
Se não for tratada, a dermatite associada à incontinência (DAI) pode levar a uma série de complicações que podem afetar a qualidade de vida do paciente.
Uma das complicações mais comuns é o desenvolvimento de infecções de pele, especialmente infecções bacterianas ou fúngicas, que não apenas causam desconforto, mas também pioram os danos à pele, dificultando a recuperação.
Além disso, a DAI pode aumentar o risco de Lesão por pressão, especialmente em pessoas com mobilidade limitada ou acamados. A barreira cutânea comprometida é mais suscetível a ruptura quando exposta a pressão, levando à formação de feridas dolorosas.
Em casos mais graves, essas úlceras podem se tornar feridas crônicas, difíceis de cicatrizar e podem exigir intervenções médicas avançadas.
Além das complicações físicas, a DAI também pode afetar a qualidade de vida do paciente. O desconforto, a dor e o constrangimento associados a essa condição podem fazer com que os pacientes se afastem das atividades diárias e das interações sociais, afetando negativamente sua saúde mental.
Como é diagnosticada a dermatite associada à incontinência?
O diagnóstico de dermatite associada à incontinência (DAI) é feito com base nos sintomas e confirmado por testes cutâneos, amostras de pele ou pela presença de produtos irritantes ou medicamentos suspeitos.
Qual é o tratamento para a dermatite associada à incontinência?
O tratamento da dermatite associada à incontinência (DAI) requer uma combinação de cuidados adequados com a pele e controle da incontinência para evitar mais danos à pele. As principais estratégias de tratamento incluem:
- Limpar a pele suavemente com produtos de limpeza sem álcool e pH balanceado para evitar mais irritação;
- Hidratar regularmente para manter a hidratação da pele e reparar a sua barreira protetora;
- Trocar fraldas a cada duas a três horas, ou sempre que a fralda estiver suja;
- Avaliar o nível da incontinência com base na referência a quantidade de urina perdida, por meio do peso dos protetores e fraldas;
- Aplicar cremes, pomadas ou sprays de barreira para proteger a pele de uma maior exposição à umidade e irritantes.
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Leia também: como o spray de barreira pode auxiliar nos cuidados com a dermatite em área de fraldas!
Como prevenir o aparecimento da dermatite associada à incontinência?
A prevenção da dermatite associada à incontinência (DAI) requer uma abordagem multidisciplinar para os cuidados com a pele. As principais medidas preventivas incluem:
- Aumentar a frequência das trocas de fraldas: a troca regular de fraldas ajuda a reduzir o contato prolongado da pele com umidade e irritantes, minimizando o risco de irritação;
- Usar fraldas respiráveis: fraldas feitas de materiais que permitem a transpiração da pele ajudam a manter a pele seca, reduzindo a chance de acúmulo de umidade;
- Garantir a higiene diária: limpar suavemente a área da fralda todos os dias e sempre que houver sujidade é essencial para remover irritantes e manter a saúde da pele;
- Manter a pele seca e hidratada: é importante manter um equilíbrio – mantendo a pele livre do excesso de umidade e, ao mesmo tempo, garantindo que ela esteja adequadamente hidratada para preservar sua função de barreira. Isso porque a hidratação excessiva torna a pele mais suscetível à fricção e leva à maceração cutânea, comprometendo a função de barreira da pele e favorecendo a proliferação de microrganismos.
- Monitorar o estado nutricional: a nutrição adequada contribui para uma recuperação completa da pele, ajudando o corpo a se defender naturalmente contra a ruptura da pele.
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Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária