Manter a integridade da pele é uma parte importante da prevenção de infecções durante todo o atendimento ao paciente.
A pele é a primeira linha de defesa do corpo, agindo como uma barreira para impedir a entrada de bactérias no corpo. Quando essa barreira é rompida, os patógenos podem entrar no local da lesão e causar infecção.
Lesões na pele também podem causar inflamação, aumento do tamanho da ferida e atraso na cicatrização.
O Que é Lesão Cutânea Relacionada ao Adesivo Médico (MARSI)?
As lesões de pele relacionadas ao uso de adesivos médicos (MARSI – Medical Adhesive-Related Skin Injures) são danos que alteram a integridade da pele e persistem por mais de 30 minutos após a remoção do adesivo.
Os adesivos médicos são frequentemente usados em ambientes de saúde para fixar cateteres, produtos para estoma, eletrodos, estabilizar drenos, prender bandagens e proteger áreas ou feridas que requerem coberturas ou curativos.
O uso inadequado ou a exposição prolongada a esses adesivos podem causar uma série de lesões, podendo aumentar o risco de infecção, tempo de cicatrização prolongado e maior desconforto para o paciente.
Quais as Causas do MARSI?
As lesões de pele relacionadas ao uso de adesivos médicos são causadas quando a fixação entre a pele e um adesivo médico é mais forte do que as células individuais, fazendo com que as camadas epidérmicas se separem ou a epiderme se desprenda da derme.
Outras causas podem incluir reações da pele a produtos químicos ou materiais usados em produtos adesivos, com a umidade presa sob o dispositivo adesivo ou bactérias presas e colonizando os folículos pilosos.
Portanto, se as técnicas adequadas de aplicação e/ou remoção de produtos adesivos forem inadequadas, elas podem causar traumas superficiais ou profundos na pele, podendo variar de vermelhidão, inchaço e dermatite de contato a skin tears, descamação, laceração e maceração da pele.
Fatores de Risco
Embora os fatores de risco intrínsecos (relacionados ao paciente) e extrínsecos (relacionados ao ambiente) possam ser usados para ajudar a definir pacientes de “alto risco”, qualquer pessoa que necessite da aplicação de um dispositivo médico adesivo na pele pode estar em risco de uma lesão cutânea.
Fatores de risco intrínsecos | Fatores de risco extrínsecos |
Extremos de idade (neonatos e idosos estão em alto risco) | Pele seca (pode ser causada por baixa umidade) e produtos de limpeza agressivos (sem pH equilibrado) |
Pacientes desidratados | Exposição prolongada à umidade |
Pacientes desnutridos devido a várias doenças que limitam a ingestão oral dos nutrientes necessários | Certos medicamentos, como o uso prolongado de corticosteroides, agentes quimioterápicos, agentes anti-inflamatórios e anticoagulantes |
Pessoas com condições dermatológicas que diminuem a resistência da pele, como como eczema, psoríase, dermatite e epidermólise bolhosa | Pessoas que se submeteram à radioterapia |
Condições médicas subjacentes que podem afetar a pele: diabetes, infeção, insuficiência renal, imunossupressão e insuficiência venosa crônica | Fotodano ou exposição à luz ultravioleta, contribuem para o envelhecimento da pele e aumentam ainda mais o risco de lesões cutâneas |
Edema (inchaço) pode resultar em alterações na pele que aumentam o risco de uma lesão cutânea | Pacientes que necessitam de curativos frequentes |
Como Prevenir o MARSI?
As lesões de pele relacionadas ao uso de adesivos médicos são danos que podem ser evitados, seguindo essas recomendações:
- Preparação da pele: um dos primeiros passos para prevenir lesões de pele relacionados ao uso de adesivos médicos é preparar a pele do paciente antes de aplicar qualquer adesivo. Ou seja, a pele deve estar limpa, devidamente seca e sem qualquer resíduo que possa interferir na aderência do adesivo na pele;
- Proteja a pele: aplique o Spray de Barreira antes da aplicação do adesivo. O uso do spray é essencial, pois forma uma película de silicone que protege a pele por até 72 horas, evitando lesões causadas pela umidade, pela cola ou pelo movimento mecânico de retirada do adesivo;
- Avaliação do risco: a pele deve ser avaliada rotineiramente (temperatura, cor, nível de umidade, elasticidade, fragilidade e integridade) em todos os pacientes antes da aplicação de um dispositivo médico. Isso ajudará a identificar se um paciente está em risco de lesão;
- Avaliação da pele: a pele deve ser avaliada cada vez que um adesivo médico é aplicado ou removido, observando quaisquer alterações na pele que possam aumentar o risco de o paciente desenvolver uma lesão cutânea;
- Adesivos adequados: o adesivo médico deve ser baseado no tipo de pele e condição médica de cada paciente, para prevenir o MARSI. Para isso, é importante considerar adesivos hipoalergênicos, adesivos de baixa pressão e, no caso de lesões, curativos que permitem que a pele respire – como a Membracel – para reduzir o acúmulo de umidade e o risco de maceração
- Técnicas de aplicação: antes de aplicar qualquer adesivo, é importante evitar esticar a pele, pois isso pode aumentar a tensão e causar lesões. Avalie as bordas da lesão e aplique adesivo apenas sobre a área necessária, usando uma pressão firme e suave para alisar o produto adesivo no lugar sem lacunas ou rugas;
- Técnica de remoção: nessa etapa, segure a pele esticada com uma mão enquanto remove o adesivo com a outra, para reduzir o trauma da pele. Além disso, o ângulo correto sugerido para remoção de um adesivo é (0° ou 180°) e um ritmo lento. Se o curativo estiver preso na pele, pode ser necessário utilizar um removedor de adesivos de uso médico ou umedecer o adesivo com água ou soro antes de removê-lo;
- Sinais de lesões: é importante estar atento aos sinais de irritação, vermelhidão ou lesões durante o uso do adesivo, para prevenir progressão de pequenas irritações para lesões mais graves. Portanto, se forem observados sinais de MARSI, interrompa o uso do adesivo e consulte um profissional de saúde para determinar uma solução alternativa.
A remoção de dispositivos médicos adesivos pode provocar lesões dolorosas e ansiedade aos pacientes, mas os profissionais de saúde precisam estar preparados para comunicar esse risco aos pacientes e cuidadores. Portanto, devem ser feitos todos os esforços para evitar desconforto durante a remoção e a ocorrência de lesões na pele.
Membracel no Tratamento de Lesões causadas por Adesivos
Lesões causadas por adesivos necessitam de cuidados especiais, como a prevenção de infecções, a limitação da dor e o controle da drenagem da ferida para promover o processo de cicatrização.
Além disso, é preciso manter o controle da umidade no leito da ferida para promover a cicatrização e, ao mesmo tempo, limitar o excesso de umidade para evitar a maceração da pele ao redor da lesão.
Nesse caso, a Membrana Regeneradora Porosa Membracel é muito indicada para o tratamento de lesões cutâneas associadas a adesivos médicos, pois acelera a cicatrização da pele e protege as terminações nervosas, proporcionando alívio imediato da dor.
Os poros da membrana permitem a drenagem do excesso de exsudato (secreção da lesão) para um curativo secundário, mantendo a umidade ideal no leito da lesão. Além disso, o curativo permite as trocas gasosas, fator importante para a evolução do processo cicatricial.
O conjunto dessas ações promove mais qualidade de vida ao paciente, o que auxilia diretamente no sucesso do tratamento.
Cuidados com a Pele
Os cuidados e monitoramento da saúde da pele podem ajudar a evitar a perda da integridade da pele e, assim, minimizar os riscos de lesões cutâneas relacionadas a adesivos médicos. Os cuidados incluem:
- Evitar lavar excessivamente a pele;
- Usar um sabão com pH balanceado e sem fragrância, para evitar o ressecamento da pele;
- Hidratar a pele e o corpo diariamente;
- Beber água suficiente para evitar a desidratação;
- Inspecionar a pele em busca de sinais de descamação, rachaduras e ressecamento;
- Evitar o tabagismo;
- Evitar usar produtos à base de álcool, perfumes, corantes ou sabonetes agressivos;
- Usar emolientes para aumentar a retenção de água e criar uma barreira de proteção da pele;
- Para secar a pele, pressione suavemente a toalha, sem esfregar;
- Evitar tomar banhos em temperaturas extremas;
- Evitar usar roupas que arranhem a pele, causem coceira ou pressionem a pele;
- Usar protetor solar com fator de proteção solar alta;
- Antes de aplicar adesivos, use o Spray de Barreira Vuelo, um protetor cutâneo que forma uma película de silicone uniforme, que ajuda a manter a pele saudável, protegendo-a por até 72 horas.
A prevenção do MARSI é essencial para proteger a saúde do paciente e garantir resultados positivos nos cuidados médicos.
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Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária