Você sente as pernas pesadas no final do dia? Varizes te incomodam? Essas podem ser as primeiras manifestações da Insuficiência Venosa Crônica (IVC), uma doença que afeta cerca de 40% das mulheres e 17% dos homens da população ocidental.
Mas, afinal, o que é essa doença e como ela pode ser tratada? Neste post, vamos te ajudar a entender tudo sobre essa condição!
O que é Insuficiência Venosa Crônica?
A insuficiência venosa crônica (IVC) é uma doença que dificulta a circulação do sangue nos membros inferiores.
Essa condição corre quando as válvulas nas veias das pernas não funcionam corretamente, impedindo que o sangue das pernas retorne ao coração.
Como resultado, essa disfunção causa o acúmulo de sangue nas pernas, levando a inchaço, dor, cansaço e outras complicações.
Causas da Insuficiência Venosa Crônica
A Insuficiência venosa crônica pode ser causada por uma anomalia do funcionamento venoso, associado ou não à obstrução do fluxo venoso.
Embora não exista uma causa única para a insuficiência venosa crônica, existem vários fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença, como:
- Predisposição genética;
- Excesso de peso ou obesidade;
- Falta de exercício físico, especialmente na região da panturrilha;
- Muitas gestações;
- Uso de anticoncepcionais;
- Muitas horas em pé ou sentado na mesma posição;
- Uso de roupas muito apertadas;
- Ser mulher;
- Idade avançada;
- Ter o hábito de fumar;
- Dieta pobre em nutrientes e rica em gorduras;
- Usar sapatos de salto alto por muito tempo;
- Sedentarismo;
- Idade (acima dos 50 anos);
- Envelhecimento;
- Compressão venosa;
- Trombose venosa profunda (TVP).
Sintomas da Insuficiência Venosa Crônica
Os principais sintomas da insuficiência venosa crônica são:
- Inchaço nas pernas, especialmente no final do dia;
- Dor, queimação, sensação de peso ou de latejamento;
- Dor na perna que piora ao ficar em pé ou sentado por muito tempo;
- Dor que melhora com o repouso e elevação das pernas;
- Câimbras e formigamento nas pernas;
- Pele das pernas com aspecto de couro;
- Coceira nas pernas e/ou pés;
- Mudança de cor da pele ao redor dos tornozelos;
- Úlceras, descamação e lesões na pele
- Surgimento de vasinhos e varizes nas pernas.
Como Classificar a Insuficiência Venosa Crônica?
A classificação CEAP (Clinical-Etiology-Anatomy-Pathophysiology) é um sistema utilizado para distinguir as diferentes manifestações das doenças venosas crónicas com base em fatores clínicos, etiológicos, anatômicos e fisiopatológicos.
De acordo com a classificação CEAP, as doenças crônicas podem ser divididas em 6 categorias clínicas:
- C0: sem sinais visíveis ou palpáveis de doença venosa
- C1: Presença de varizes bem finas (telangiectasias ou veias reticulares)
- C2: Varizes de calibre médio e mais visíveis (varicoses)
- C3: Presença de inchaço (edema) na perna
- C4: Alterações na pele, com escurecimento ou mudança da cor da pele próxima às varizes
- C5: Sinais de úlceras ou feridas curadas e cicatrizadas;
- C6: Presença de feridas (úlceras) ativas.
Quais as Complicações da Insuficiência Venosa Crônica?
A insuficiência venosa crônica quando não tratada de forma adequada pode causar diversas complicações como trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, tromboflebite superficial, queimaduras de pele, hematomas, hiperpigmentação e parestesias.
Também há o risco de complicações dermatológicas, como escurecimento da pele, inflamações cutâneas como eczema e dermatite ocre, além de inchaços persistentes nas extremidades inferiores.
Tratamento da Insuficiência Venosa Crônica
O tratamento da insuficiência venosa crônica deve ser realizado com a orientação de um médico especialista (angiologista ou cirurgião vascular), de forma individualizada e holística.
Além disso, o acompanhamento da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro estomaterapeuta (especialista em feridas), é essencial, pois o tratamento de feridas está diretamente relacionado com a qualidade de vida do paciente.
O tratamento pode incluir:
- Elevação das pernas: elevar as pernas acima da altura do coração por pelo menos 30 minutos, para melhorar a circulação sanguínea;
- Compressão com meias de compressão ou elásticas, para reduzir o inchaço e melhorar o retorno venoso;
- Remédios venotônicos podem ser prescritos para aliviar os sintomas e diminuir o processo inflamatório das válvulas;
- Medicamentos flebocinéticos e flebotômicos para melhorar a drenagem linfática e a circulação do retorno do sangue venoso;
- Antibióticos: no caso de infecções ou úlceras na pele;
- Anticoagulantes para prevenir a formação de coágulos nos vasos sanguíneos;
- Terapia a laser: uma técnica minimamente invasiva que usa laser para fechar e eliminar veias danificadas;
- Escleroterapia com espuma: uma técnica que seca a veia para diminuir os sintomas e a dilatação de veias próximas;
- Curativos que aceleram a cicatrização: como a Membrana Regeneradora Porosa Membracel, que tem excelentes indicações para o tratamento de úlceras vasculares, pois proporciona um ambiente favorável para a recuperação, estimulando a formação do tecido de granulação e resultando na epitelização.
Prevenção da Insuficiência Venosa Crônica
Para prevenir o desenvolvimento da insuficiência venosa, é importante:
- Manter o peso saudável;
- Praticar exercício físico regularmente;
- Reduzir a quantidade de sódio na dieta;
- Evitar o sedentarismo;
- Elevar as pernas sempre que possível e após muito tempo sentado ou em pé;
- Usar meias de compressão;
- Manter uma postura adequada ao sentar-se ou ficar de pé;
- Hidratar-se adequadamente;
- Ter uma alimentação balanceada;
- Evitar o tabagismo;
- Evitar roupas apertadas;
- Hidratar a pele;
- Alongar os músculos da panturrilha e da coxa;
- Evitar o uso de sapatos de salto ou muito rasos;
- Fazer acompanhamento médico regularmente.
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Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária