Você sabia que um simples ferimento na pele pode esconder um câncer perigoso?
O carcinoma espinocelular (CEC) é o segundo tipo mais comum de câncer de pele e pode se espalhar para outras partes do corpo se não for tratado a tempo.
Mas calma! Vamos te ajudar a identificar os principais sinais do carcinoma espinocelular e, o mais importante, mostrar como cuidados diários simples podem prevenir essa doença antes mesmo dela aparecer.
O que é carcinoma espinocelular?
O carcinoma espinocelular, também conhecido como carcinoma de células escamosas, é um tipo de câncer de pele que surge nas células escamosas da epiderme.
O CEC se desenvolve em áreas expostas ao sol, como rosto, orelhas, couro cabeludo, pescoço e mãos, mas também pode aparecer em mucosas, cicatrizes ou feridas crônicas na pele.
Ao contrário do carcinoma basocelular, o CEC tem maior risco de metástase, podendo se espalhar para linfonodos e órgãos internos se não for tratado precocemente.
O carcinoma espinocelular é mais frequente em áreas expostas ao sol – Foto: Adobe Stock
Fatores de risco e causas do carcinoma espinocelular
A principal causa do carcinoma espinocelular é a exposição excessiva e sem proteção aos raios ultravioletas (UV), seja pelo sol ou pelo uso de câmaras de bronzeamento artificial.
No entanto, existem outros fatores de risco que aumentam as chances de desenvolver essa condição:
- Pele clara e sensível ao sol, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos;
- Histórico de queimaduras solares, especialmente na infância e adolescência;
- Exposição a substâncias químicas cancerígenas, como arsênio e alcatrão;
- Idade avançada (mais comum após os 50 anos);
- Histórico de lesões cutâneas pré-cancerosas, como ceratose actínica;
- Imunidade baixa, causada por doenças crônicas, uso de medicamentos imunossupressores ou transplantes de órgãos;
- Infecção pelo HPV, principalmente no caso de lesões na região da boca e genitais.
Se você tem um ou mais desses fatores de risco, é importante ficar atento aos sinais da doença.
Sintomas e como identificar o carcinoma espinocelular
O carcinoma espinocelular pode se manifestar de várias formas, o que torna o diagnóstico precoce um desafio, mas os sintomas mais comuns são:
- Ferida ou úlcera que não cicatriza e sangra facilmente;
- Nódulo avermelhado e endurecido, com crescimento progressivo;
- Mancha áspera e escamosa, que pode causar coceira ou dor;
- Ferida ou área elevada que pode surgir em uma cicatriz ou ferida antiga;
- Lesão com bordas irregulares, às vezes com crostas ou descamação.
Manchas e verrugas que não param de crescer são sintomas comuns do carcinoma espinocelular – Foto: Adobe Stock
No caso do carcinoma espinocelular na boca, podem surgir feridas persistentes na mucosa oral ou nos lábios, além de dor ao engolir ou falar.
Se notar qualquer desses sintomas, é importante procurar um dermatologista ou médico especializado rapidamente.
Quando o carcinoma espinocelular é grave?
Na maioria dos casos, o carcinoma espinocelular pode ser tratado de forma adequada quando detectado precocemente.
Porém, se a lesão crescer muito ou atingir camadas mais profundas da pele, há risco de metástase, ou seja, o câncer pode se espalhar para órgãos como pulmões e fígado.
Além disso, alguns fatores aumentam a gravidade da doença:
- Lesões maiores que 2 cm de diâmetro ou que apresentam crescimento acelerado;
- Lesões próximas a olhos, nariz, boca, ouvidos ou órgãos genitais;
- Carcinoma recorrente, que voltou após um tratamento;
- Pacientes com sistema imunológico enfraquecido.
Nesses casos, é fundamental um diagnóstico rápido e um tratamento mais agressivo. Veja como é feito o diagnóstico e quais são as opções de tratamento.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do carcinoma espinocelular começa com uma análise detalhada do histórico clínico e familiar do paciente, além de uma avaliação dos sintomas e fatores de risco.
O médico realiza um exame físico completo para verificar o tamanho, forma, cor e textura das lesões na pele, observando se há sinais de sangramento ou descamação.
Para uma avaliação mais aprofundada, o médico pode recorrer ao dermatoscópio, um instrumento frequentemente utilizado que permite observar detalhes que não são visíveis a olho nu.
Além disso, a palpação dos gânglios linfáticos, especialmente nas regiões próximas à lesão (como pescoço, axilas e virilha), é fundamental, pois o aumento desses gânglios pode indicar disseminação do câncer.
O carcinoma espinocelular pode atingir os gânglios linfáticos, especialmente no pescoço – Foto: Adobe Stock
A confirmação do diagnóstico é feita por meio de uma biópsia, onde uma pequena amostra da lesão é retirada para análise laboratorial.
Após a confirmação do diagnóstico, o tratamento carcinoma espinocelular é determinado com base no estágio, localização e tamanho do tumor.
Nos estágios iniciais, quando o câncer ainda está localizado e não se espalhou, o tratamento costuma ser mais simples, envolvendo intervenções locais para remover a lesão antes que ela cresça ou se espalhe.
A cirúrgica é o tratamento mais comum e pode ser complementada com radioterapia para diminuir o risco de voltar. Para lesões localizadas em áreas de difícil acesso, a criocirurgia, que utiliza nitrogênio líquido para congelar e destruir as células cancerígenas, pode ser uma alternativa eficaz.
Nos casos mais avançados, o tratamento se torna mais complexo, com o uso quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo, que atacam diretamente as células tumorais e estimulam o sistema imunológico a combatê-las.
A escolha de uma dessas terapias ou de uma combinação delas depende da localização e do tamanho do tumor – Foto: Adobe Stock
Quando o carcinoma espinocelular se espalha para os linfonodos, pode ser necessário realizar a ressecção dos linfonodos afetados para impedir a disseminação do câncer para outras partes do corpo.
O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para evitar a disseminação do carcinoma espinocelular e melhorar as chances de recuperação.
Quanto mais cedo a doença for detectada, maiores são as chances de um tratamento bem-sucedido e a prevenção de complicações, garantindo melhores resultados para o paciente.
Prevenção e cuidados com a pele
A melhor forma de evitar o carcinoma espinocelular é proteger sua pele contra a exposição excessiva ao sol. Algumas medidas importantes são:
- Usar protetor solar com FPS 50+ todos os dias, reaplicando a cada duas horas;
- Evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando a radiação UV é mais intensa;
- Usar roupas com proteção UV, chapéus e óculos escuros;
- Evitar utilizar câmaras de bronzeamento;
- Fazer autoexames regulares e consultar um dermatologista ao notar qualquer alteração na pele.
Se você já passou por um procedimento para remover uma lesão, a cicatrização adequada da pele é um fator importantíssimo.
A Membrana Regeneradora Porosa Membracel pode ser uma grande aliada no processo de cicatrização após a retirada do tumor. Além de proteger a área tratada, ela favorece a formação do tecido de granulação, etapa fundamental da cicatrização, reduzindo a dor e acelerando a recuperação. Atenção: consulte o profissional de saúde para assegurar que o tumor foi completamente retirado para, só então, iniciar o tratamento com a membrana.
Quer continuar aprendendo sobre câncer de pele? Descubra agora os principais tipos de carcinoma basocelular e como preveni-los!
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária