Muito comum em pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida, as lesões por pressão ocorrem devido à pressão constante, principalmente em pontos com proeminências ósseas que ficam em constante contato com a cama (calcanhares, por exemplo). Também conhecidas como escaras, esse tipo de ferida pode ser superficial – atingindo apenas a epiderme – ou mais profunda – comprometendo músculos, tendões, ossos e até mesmo órgãos.
A principal causa desse tipo de lesão é a falta de movimentação, já que a pressão constante no mesmo ponto diminui consideravelmente a circulação sanguínea do paciente acamado. Os locais mais comprometidos são:
- Região sacral (acima do cóccix)
- Trocânteres (parte superior e lateral do fêmur)
- Maléolos (osso lateral dos pés)
- Calcanhares (devido ao constante contato com a cama)
Como evitar escaras?
- Mude da posição do paciente na cama, movimentando-o sequencialmente a cada 3 horas;
- Avalie diariamente a pele das regiões mais suscetíveis às lesões;
- Para mudar a posição, nunca arraste o paciente sobre a cama;
- Use um lençol para mobilizar sem arrastar;
- Evite posicionar o paciente em áreas do corpo com lesões por pressão;
- Fique atento às feridas que costumam aparecer na região próximo ao cóccix, quadril, nádegas, costas, calcanhares, cotovelos e orelhas;
- Mantenha a cabeceira da cama elevada a 30 graus, alternando os lados direitos, esquerdo e dorsal;
- Faça a inclinação de 30 gruas para as posições laterais, apoiando as costas com travesseiros e almofadas;
- Troque com frequência as fraldas dos pacientes que tiverem incontinência urinariam ou fecal;
- Utilize travesseiros e almofadas para elevar o calcanhar do paciente;
- Proteja as áreas de risco com curativos de espuma, espuma siliconada, filme transparente entre outros produtos específicos;
- Procure orientação profissional sobre tecnologias terapêuticas que diminuem a cronicidade das lesões.
Nesse conteúdo, saiba as principais causas, tipos e tratamentos de feridas de pele.
Estágios das Lesões por Pressão
Lesão Estágio 1: pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não embranquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode não paresentar embranquecimento visível (sua cor pode diferir da pele ao redor).
Lesão Estágio 2: perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera superficial com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode apresentar-se, ainda, como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), intacta ou rompida.
Lesão Estágio 3: perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda tissular. Pode incluir descolamento e túneis.
Lesão Estágio 4: perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão. Pode haver presena de esfacelo ou escara em algumas partes do leito da ferida. Frequentemente, inclui descolamento e túneis.
Escaras que não podem ser classificadas: lesão com perda total de tecido, cuja base está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho) e/ou há escara (marrom, castanha ou negra) no leito da lesão.
Suspeita de lesão tissular profunda: área localizada de pele intacta de coloração púrpura ou castanha ou bolha sanguinolenta devida a dano no tecido mole, decorrente de pressão ou cisalhamento.
Cuidados com a pele do paciente
- A pele do paciente deve ser frequentemente avaliada, em toda a superfície cutânea;
- Use produtos de limpeza de pele com pH equilibrado;
- Ao fazer a higiene corporal, evite esfregar a pele com força, pois isso pode romper a pele;
- Faça movimentos suaves, use pouca quantidade de sabonete e enxague bastante para evitar ressecamento;
- Hidrate a pele todos os dias após a higienização do paciente;
- A pele deve ser mantida limpa e seca para prevenir amolecimento ou degradação da pele;
- Proteja a pele da exposição à umidade excessiva através do uso de produtos de barreira;
- Na presença de infecção, a avaliação de um profissional de saúde torna-se importante.
Tratamento
Para o tratamento da lesão por pressão deve-se avaliar, antes de tudo, o comprometimento tecidual da região afetada. Feridas profundas e com necrose (tecido morto) necessitam de limpeza rigorosa da lesão, realizada pelo médico ou enfermeiro estomaterapeuta. Para o sucesso do tratamento, é importante utilizar curativos que acelerem a cicatrização da pele e promovam o bem-estar do paciente.
A Membrana Regeneradora Porosa Membracel é muito indicada para o tratamento de lesões por pressão (grau II e grau III), pois protege a região lesionada e favorece a formação do tecido de granulação, etapa essencial do processo de cicatrização. Para aplicar, é importante que a membrana fique em contato com todo o leito da ferida. Após a aplicação, é necessário um curativo secundário com gaze, que irá drenar o exsudato (secreção) da lesão.
Importante: o curativo de gaze deve ser trocado diariamente ou sempre que estiver saturado (úmido). Durante essas trocas, não é necessário retirar a Membracel, basta realizar a limpeza cuidadosa e aplicar um novo curativo de gaze. O tempo de permanência da membrana na lesão aumenta conforme a evolução do tratamento, podendo chegar a até 15 dias.
Além de não precisar de trocas constantes, a membrana regeneradora porosa protege as terminações nervosas, diminuindo instantaneamente a dor. O conjunto dessas ações promove mais qualidade de vida ao paciente, o que auxilia diretamente no sucesso do tratamento.
Agora que você já sabe os estágios das lesões por pressão, saiba como fazer curativos para o sucesso do tratamento.
Antonio Rangel
Antônio Rangel
Enfermeiro Especialista Estomaterapia e Podiatria Clinica e saúde da Família |
Graduado em enfermagem pela PUC-PR |
Pós-graduado em Estomaterapia (feridas, incontinência e estigmas) pela PUC-PR |
Pós-graduado em Podiatria Clínica pela UNIFESP |
Pós-graduado em Saúde Coletiva pela UFPR |
Pós-graduado em Saúde da Família pela Faculdade Evangélica pela PR |
Enfermeiro Assessor Técnico da Vuelo Pharma até 2023 |
Professor convidado do curso de Estomaterapia da PUC-PR |
Enfermeiro referência para tratamento de feridas e pé diabético da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba