A realização de curativos é uma das práticas mais frequentes e fundamentais na rotina dos profissionais de enfermagem, para promover a recuperação de pacientes com feridas e lesões. Além de proteger a pele lesionada, eles criam um ambiente favorável para a regeneração tecidual, prevenindo complicações como infecções e promovendo o alívio da dor.
Segundo o Parecer Técnico COREN-BA N⁰ 009/2016, a realização de curativos requer não apenas habilidades técnicas, mas também uma abordagem baseada em evidências e no cuidado holístico ao paciente. Isso reforça a importância de protocolos bem definidos e do uso de materiais adequados que otimizem a cicatrização e minimizem riscos.
Principais tipos de curativos utilizados na enfermagem
Assim como na relação de feridas, existem diferentes tipos de curativos na enfermagem, entre eles estão:
Curativo simples
Os curativos simples são indicados para feridas de menor complexidade, como cortes superficiais ou feridas cirúrgicas que já apresentem sinais de boa cicatrização.
Curativos oclusivos
Os curativos oclusivos são indicados para feridas secas ou com pouca exsudação, como em cirurgias abdominais ou ortopédicas, pois vedam completamente a ferida, criando um ambiente isolado que impede a entrada de contaminantes externos.
Curativos semi-oclusivos
Utilizados em lesões mais profundas ou infectadas, os curativos semi-oclusivos permitem as trocas gasosas e a liberação controlada de umidade, criando um ambiente ideal para a cicatrização, sem comprometer a proteção contra infecções.
Curativos secos
Os curativos secos são usados em feridas limpas ou cirúrgicas. Além disso, devem ser aplicados com gazes ou compressas esterilizadas e fixados com esparadrapo ou micropore, ajudando a manter a ferida limpa e protegida de contaminantes externos.
Curativos úmidos
Os curativos úmidos são usados para manter um ambiente úmido controlado, favorecendo a cicatrização por segunda intenção. São indicados para feridas com exsudação moderada a alta, como úlceras de pressão, úlceras de perna e feridas crônicas com dificuldades de cicatrização.
Curativos compressivos
Os curativos compressivos aplicam uma pressão controlada sobre a área lesionada, sendo muito utilizados em casos de úlceras venosas ou sangramentos. A pressão ajuda a promover o retorno venoso, diminuir o edema e melhorar a circulação local.
Curativos com drenagem
Usados em feridas que apresentam grande quantidade de exsudato ou que necessitam de drenagem contínua, esses curativos geralmente são associados ao uso de drenos ou sistemas de drenagem fechados, auxiliando na remoção de secreções e prevenindo infecções.
Curativos com irrigação
A técnica de irrigação envolve a lavagem da ferida com solução salina ou outras substâncias apropriadas para remover resíduos, tecidos necrosados ou exsudato, sendo comum para preparar a ferida para o fechamento e prevenir infecções.
Passo a passo para realizar um curativo
A realização de um curativo eficaz requer técnica e atenção aos detalhes. Aqui estão algumas etapas fundamentais:
- Higienização das mãos: lave as mãos com água e sabão neutro antes de manipular qualquer material ou tocar na ferida. Além disso, utilize luvas estéreis para garantir a assepsia;
- Preparação do ambiente: certifique-se de que o local esteja limpo, bem iluminado e arejado, minimizando os riscos de contaminação;
- Separação dos materiais necessários: como gaze, solução antisséptica (como soro fisiológico ou PHMB), luvas estéreis, tesoura, esparadrapo, ataduras e o curativo indicado;
- Validação dos materiais: assegure-se de que todos os itens estão dentro do prazo de validade e em condições estéreis;
- Limpeza da ferida: irrigue a área com solução fisiológica ou solução antisséptica adequada, sempre movendo do centro para as bordas, evitando a contaminação cruzada;
- Secagem da ferida: utilize gaze estéril para secar a área ao redor da ferida de forma cuidadosa, sem friccionar;
- Avaliação da ferida: observe características como profundidade, exsudato, presença de necrose ou granulação, para escolher o curativo mais apropriado;
- Aplicação do curativo: posicione o curativo sobre a ferida, cobrindo toda a área exposta, sem exercer pressão excessiva. Certifique-se de que o curativo está bem posicionado para promover conforto e proteção;
- Fixação do curativo: utilize adesivo microporoso, ataduras ou malha tubular para fixar o curativo, garantindo que ele permaneça estável, mas sem comprimir os tecidos ao redor;
- Orientação ao paciente: explique a importância de evitar manipulações inadequadas, manter a região limpa e seca, e observar sinais de complicações;
- Troca do curativo: realize trocas conforme a recomendação do protocolo ou de acordo com o tipo de curativo e a evolução da ferida;
- Monitoramento contínuo: acompanhe a evolução da cicatrização, observando sinais de infecção, como aumento de vermelhidão, dor, edema, odor ou secreção purulenta. Se necessário, ajuste a abordagem com base na resposta da ferida ao tratamento.
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Membracel como opção avançada para curativos em enfermagem
A Membrana Regeneradora Porosa Membracel é um curativo especial que substitui temporariamente a pele e acelera o processo de cicatrização.
Sua aplicação oferece benefícios como:
- Acelera a cicatrização: favorece a formação do tecido de granulação, etapa essencial do processo de cicatrização da pele.
- Alivia a dor: reduz a área exposta da lesão em até 95%, isolando as terminações nervosas e aliviando a dor já na primeira aplicação.
- Não necessita de trocas diárias: por ser um curativo de longa permanência, não necessita de trocas frequentes. Além de colaborar para o bem-estar do paciente, esse fator ajuda a evitar traumas no tecido recém-formado, mantendo a integridade do tecido de granulação.
- Protege a lesão: funciona como uma barreira física, reduzindo expressivamente a área desprotegida da lesão e evitando a contaminação por agentes externos.
- Não causa reações adversas: é atóxica e inerte, não causando reações alérgicas quando em contato com a pele.
- Contém poros: os poros da membrana permitem a drenagem do excesso de exsudato (secreção da ferida) para um curativo secundário, mantendo a umidade ideal no leito da lesão. Além disso, os poros favorecem as trocas gasosas, importantes para o processo de cicatrização.
Além disso, a membrana é indicada para tratamentos de lesões resultantes da perda do epitélio que sejam caracterizadas como ferimento superficial ou profundo da pele, com exsudação escassa ou abundante, tais como:
- Queimaduras de segundo grau
- Escoriações
- Lesões por Pressão (escaras)
- Úlceras arteriais ou venosas
- Feridas diabéticas
- Feridas cirúrgicas
- Lesões causadas por epidermólise bolhosa
Importância da capacitação em técnicas de curativos
Enfermeiros bem treinados são capazes de aplicar práticas atualizadas, identificar complicações precoces e promover uma assistência de qualidade, impactando diretamente no bem-estar do paciente e na eficiência do sistema de saúde.
Além disso, a atualização constante permite que os enfermeiros acompanhem diretrizes modernas e utilizem produtos mais eficazes, otimizando o tempo de recuperação e reduzindo custos associados ao tratamento.
Técnicas adequadas não apenas aceleram o processo de cura, mas também minimizam a dor e o desconforto, proporcionando uma experiência mais humanizada. Além disso, pacientes que recebem cuidados de qualidade demonstram maior adesão ao tratamento, o que contribui para melhores resultados clínicos.
Por fim, investir em capacitação fortalece a atuação do enfermeiro como agente essencial da saúde, aumentando sua confiança, credibilidade e reconhecimento dentro da equipe multidisciplinar e perante os pacientes.
Agora que você entende a importância das técnicas corretas de curativos para o sucesso no tratamento de feridas, descubra como o PHMB pode acelerar a recuperação e melhorar os resultados.
Andrezza Barreto
Andrezza Silvano Barreto
Enfermeira formada pela UFC | Pós-Graduanda de Estomaterapia pela UECE |
Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos pela UECE |
Consultora Especialista de Produtos da Vuelo Pharma |
Consultora de produtos Kalmed Hospitalar desde 2021 |
Enfermeira da Equipe de Estomaterapia do Hospital Geral César Cals |
Colabora externa da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (UFC) desde 2020 com atuação no ambulatório de feridas e incontinência urinária |
Preceptora da Pós-graduação em Estomaterapia – UFC no ambulatório de incontinência urinária